
Aos 36 minutos do primeiro tempo, o atacante Ênio, do Juventude, foi punido pelo árbitro Paulo Cesar Zanovelli por reclamar da marcação de uma falta perto da área da equipe gaúcha. O cartão recebido pelo jogador levantou suspeitas por diversas casas de apostas, que comunicaram à IBIA o aumento das apostas em cartão para o atacante.
Até o momento, seis casas de apostas apontaram o fato à IBIA. Em uma delas, as apostas de que Ênio receberia um cartão superaram 10% do total apostado, quando o normal gira em torno de 1% do total.
A Superbet foi uma das empresas que percebeu uma movimentação suspeita e reportou o alerta de manipulação para a Ibia. Segundo a entidade, um dos relatórios recebidos de uma bet indicou que 99% das apostas para cartão foram para Ênio e apenas 1% para outros jogadores. Uma segunda operadora apontou que o cartão recebido pelo atacante do Juventude representou 90% do total apostado na partida contra o Vitória.
“Quando uma suspeita de fraude é identificada, as operadoras reportam essas informações diretamente a organismos internacionais, como a IBIA, principal voz global sobre integridade para o setor de apostas online. Se confirmadas as suspeitas, a IBIA encaminha as informações às autoridades brasileiras competentes para as devidas providências”, explica o Instituto Brasileiro de Jogo Responsável (IBJR).
A CBF recebeu relatórios da partida e distribuiu para o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) e Ministério Público. A entidade informou que casos como esse ficam sob sigilo junto à Unidade de Integridade. A Sportradar, parceira da CBF no monitoramento de apostas, não quis comentar o caso, informando que investigações em andamento ficam sob sigilo.
O Ministério da Fazenda emitiu uma nota sobre o caso.
“A Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA) do Ministério da Fazenda tem meios de monitoramento, inclusive em cooperação com organizações internacionais de combate à manipulação de resultados, e encaminha todos os casos de suspeita ao Ministério do Esporte e à Polícia Federal, mas, para não atrapalhar eventuais investigações, não comentamos casos concretos”, afirmou.
Fonte: GMB