MIÉ 18 DE SEPTIEMBRE DE 2024 - 22:53hs.
Leonardo Baptista, CEO

“Brasil já ganha dinheiro com o setor de jogos por meio de instituições de pagamento como a Pay4Fun”

Fala-se muito da importância da regulamentação das apostas e legalização dos jogos para arrecadação tributária. Em conversa exclusiva com o GMB durante a SAGSE Latam, em Buenos Aires, Leonardo Baptista, CEO da Pay4Fun, trouxe um fato novo. “O dinheiro que movimentamos como instituição de pagamento autorizada pelo Bacen fica aplicado no Tesouro Nacional. Então, o governo sim ou sim já está nesse mercado”. Léo informou que a empresa tem planos de até o final do ano operar também no Peru, Chile e México.


Games Magazine Brasil – A Pay4Fun é líder brasileira na área de métodos de pagamento no setor de jogos e apostas, com um sistema de métodos de pagamento confiável com pretensões de fronteiras na América Latina. Como você vê esse mercado?
Leonardo Baptista –
O mercado na região está crescendo cada vez mais e explodindo, assim como no Brasil, especialmente agora, às vésperas da regulamentação. Para a Pay4Fun é uma quebra de barreiras, assim como aconteceu quando conquistamos nossa licença do Banco Central.

Agora aplicamos no Bacen para termos o nosso próprio PIX. Atualmente trabalhamos com três parceiros nessa área, mas até o final do ano estaremos com nosso próprio PIX, uma mudança importante para nós como empresa. E o mercado LatAm é nosso objetivo. Até o final do ano estaremos no Peru, Chile e México.

Durante um painel na SAGSE Latam, você descreveu o setor financeiro do Brasil, que tem características bastante específicas. Isso dá uma segurança ainda maior tanto para operadores quanto para os apostadores?
É isso. Na realidade, o sistema de pagamentos brasileiro é um dos mais avançados do mundo. O Banco Central é uma instituição maravilhosa e muito se fala sobre regulamentação da área de jogos, mas não podemos deixar de falar na regulação do setor financeiro.

As instituições financeiras reguladas e autorizadas pelo Banco Central passam uma credibilidade gigantesca para o operador. O dinheiro do operador está resguardado em fundos de investimento do Tesouro Nacional. Ou seja, estão conosco, mas sob guarda do Banco Central do Brasil.

Para o operador é uma garantia tremenda e não corre nenhum risco de ficar travado em uma conta bancária. E para o cliente final, é sensacional pois ele terá seu dinheiro quando pedir seu saque. Nós garantimos tudo isso por meio de nosso capital social com o Banco Central.

Então podemos até dizer que o dinheiro do apostador está investido no governo brasileiro!
Basicamente é isso. É mandatório, por parte do Banco Central, que quando você é uma instituição de pagamento regulada, tem de manter o dinheiro em fundos do Tesouro Nacional. É proibido aplicar ou mexer com ele. Como fica sob custódia do Banco Central, o dinheiro do operador e do usuário está bem resguardado.

Ou seja, mesmo sem a regulamentação do setor de jogos e apostas, o governo já está ganhando dinheiro?
Na realidade, o governo de certa maneira ganha dinheiro por meio das operações dos métodos de pagamento regulados, que pagam impostos e geram empregos. Hoje, a Pay4Fun, por exemplo, conta com mais de 100 colaboradores. Então, mesmo sem a regulamentação do setor, indiretamente o governo já se beneficia do nosso mercado. É importante salientar que pagamos todos os impostos quando fazemos a emissão de dinheiro para o exterior, já que os operadores não estão no país, como o recolhimento do IOF. Então, o governo sim ou sim já está nesse mercado.

Você falou da regulamentação das apostas e da legalização das demais verticais. Acredita nisso para este ano?
Acredito e estou muito confiante. Não vejo sentido sairmos com a regulamentação das apostas esportivas e não aprovar também o PL 442/91. Para nós que estamos nesse mercado há muito tempo, sabemos que as apostas esportivas representam 30% a 40% desse negócio. Não tem porque o governo regulamentar um lado e não regular o outro, que é ainda maior. Tem de abrir tudo e estou muito confiante de que sai até o final do ano. Em 2024 teremos os cassinos online em franca operação.

E num futuro um pouco mais longo os cassinos físicos?
Sem dúvida. Tanto o cassino online quanto o físico, assim como outras verticais de jogos, estarão abertas para o brasileiro poder se divertir e o país conquistar empregos e impostos. Hoje é uma tremenda hipocrisia não regulamentarmos tudo, pois o jogo existe.

Fonte: Exclusivo GMB