Games Magazine Brasil – Como um dos mais destacados consultores na área de apostas esportivas e iGaming, como você avalia o atual estágio do setor no Brasil?
Ricardo Magri – Em total crescimento. Antes, queria dizer que e é sempre uma alegria falar com a equipe do Games Magazine Brasil, um veículo do qual sou fã. E essa pergunta que você fez tem muito a ver com esse crescimento do qual falei. Veja que esse evento, o Gambling Brasil criado pela Afiliados Brasil, nasceu justamente pelo crescimento. É a primeira edição e os organizadores foram muito felizes em colocar todo um piso para o nosso setor. E isso a poucos dias de um evento épico, do tamanho dos eventos internacionais, acontecendo em São Paulo que é o BiS SiGMA. Para quem não sabe, a SiGMA é um dos maiores organizadores de eventos do iGaming do mundo e se uniu ao Brazilian iGaming Summit, o maior da América Latina. Ou seja, demonstra que o setor está crescendo muito na região.
Você falou em gráfico “para cima”. A regulamentação está para sair e fala-se que os operadores de apostas não poderão oferecer jogos de cassino online. Como você vê esse hiato?
Esse assunto não me agrada. Causa uma confusão no mercado. A regulamentação precisa acontecer, mas essa medida pode brecar o crescimento. É uma opinião muito pessoal, mas não vejo com bons olhos. Sou favorável à regulamentação e por várias vezes contribui com os vários governos anteriores, inclusive levando atores do governo para conhecer operações internacionais para entender o setor. Essa regulamentação está errando a mão, pois estão muito mais focados em arrecadação do que em organizar efetivamente o segmento. Isso pode afugentar o mercado. Se for assim, muitos operadores irão para o mercado negro. Não gosto disso, mas vou entender. O mercado regulado, ou white, como falamos, será muito mais fraco do que poderia ser.
Ou seja, o ideal é regulamentar e legalizar todas as verticais com impostos adequados e com uma fiscalização presente?
Perfeito. E tomando as precauções de tangenciar o mercado com a população. É importante falar mais sobre jogo responsável sobre a questão de uma possível compulsividade, assim como para combater a manipulação de resultados. Já trabalhei com isso e sempre avisamos as federações sobre vários eventos, mas são poucas as ações tomadas efetivamente, seja pela polícia, federações, empresários de casas de apostas, que são muito prejudicadas.
Elas são as mais prejudicadas com a manipulação de resultados!
Claro que sim. São as mais prejudicadas. Não vejo o governo explorar esses temas. Vejo nosso setor se organizando para levar essas pautas para o governo. Eles aceitam, mas teria de ser proativo. Gostaria de ouvir o governo dizer: “estamos criando uma agência nacional, que cuidará disso e daquilo”. Assim, o setor poderia contribuir mais com a política pública. Mas não. É o inverso. Eles somente apontam quanto será a porcentagem para clubes, governo, bolsa-família, deixando para depois o que farão com o setor.
Ou seja, que se busque o caminho adequado!
Exatamente. Que se busque o caminho correto. Sou favorável a isso e à regulamentação e ela tem de fomentar o mercado e absorver o informal. Ou seja, qualquer uma dessas coisas, para mim, não é o correto. Tem de ser feito o conjunto de práticas para o bem da indústria.
Fonte: Exclusivo GMB