Os debates sobre a legalização dos jogos no Brasil chegaram a uma das mais importantes redes de televisão do mundo, a CNN. O resultado final foi fantástico tendo em vista a aprovação maciça da legalização dos jogos, exceto pela participação de um evangélico.
“Dois Lados”
No programa “Dois Lados”, a CNN promoveu o encontro entre os deputados federais Felipe Carreras (PSB-PE), relator do Marco Regulatório dos Jogos, que culminou com a aprovação pela Câmara Federal do PL 442/91, e Marco Feliciano, pastor evangélico contrário à prática.
Por todo o conhecimento adquirido durante a relatoria do PL 442/91, os argumentos de Felipe Carreras foram mais do que convincentes e esclarecedores. Ele lembrou inclusive que não se deve falar em jogos de azar, e sim de jogos de apostas. “Apenas o Brasil e a Indonésia, no G20, não tem os jogos legalizados. Chega a ser folclórico, já que um dos maiores patrocinadores do futebol ver as empresas de apostas esportivas”, lembrou.
Para ele, o Brasil deixa de gerar investimentos e carteiras assinadas por não legalizar o jogo. Ele citou os mais ricos e modernos países do mundo, como exemplos onde o jogo é legal. “O Brasil precisa parar com essa hipocrisia. Tem grandes investidores querendo fazer investimentos bilionários no país”, apontou.
O evangélico disse que luta contra a atividade e voltou a fazer elocubrações de que o jogo legalizado promoveria crimes do colarinho branco, lavagem de dinheiro e corrupção de agentes públicos. Ainda foi infeliz ao dizer que o Brasil não tem capacidade nem recursos para fiscalizar a atividade.
A apresentadora Basília Rodrigues destacou a importância da regulamentação, “já que os jogos estão funcionando na clandestinidade. Ele existe e precisa ser combatido o que há de errado”.
Carreras afirmou ser primordial a aprovação de um marco legal e que ouviu a Polícia Federal e Ministério Público para finalizar seu relatório. “É o projeto sobre jogos mais moderno do mundo e prevê a proibição de práticas ilegais. Com uma agência reguladora e fiscalização, com leis claras e punição, além de tratamento aos ludopatas, é possível garantir uma atividade econômica adequada para toda a sociedade”.
“O Grande Debate”
Já o programa “O Grande Debate” teve a unanimidade quanto à legalização do jogo no Brasil. Luciana Barreto recebeu na mesa Vinícius Poit, ex-deputado e comentarista da CNN, e Roberto Tardelli, ex-procurador de justiça do MP-SP, além de Alexis Fonteye, ex-deputado, e a comentarista da CNN Gabriela Araújo, via online.
Reforçando o que sempre disse em Plenário na Câmara, o ex-deputado federal Vinícius Poit foi incisivo em dizer que é favorável à legalização. “O governo deve regulamentar os jogos. O cassino atrai turistas, convenções e geração de empregos. No Brasil, recebemos 5 a 6 milhões de turistas e só na Torre Eiffel, 9 milhões. Nos cassinos de Las Vegas, apenas 20% da receita vem do jogo. Os outros 80% vêm dos congressos e convenções e outras atividades turísticas”, atraindo quase 40 miilhões de pessoas por ano.
Roberto Tardelli, ex-procurador de justiça do MP-SP, também defendeu a legalização dos jogos. “No Brasil, temos jogos para todos os gostos e nem mesmo em uma casa lotérica vão dizer que você está jogando muito. A regulamentação do jogo é necessária e vital. Não há razão alguma, seja de ordem moral ou ética, para não aprovar a atividade”, deixou claro.
O ex-deputado federal Alexis Fonteye foi incisivo ao declarar que tem alinhamento com os debatedores que o antecederam. “As melhores feiras do mundo acontecem em Las Vegas e é impressionante a pujança daquele deserto se desenvolveu”.
Ele afirmou que o importante a se considerar – e que está no projeto em discussão –, "não é abrir cassino em qualquer lugar". Para Alexis, tudo tem de ser ponderado e a escolha deve ser técnica e que a atividade garanta atratividade regional.
A comentarista da CNN Gabriela Araújo reforçou a posição de todos os presentes dizendo que os jogos estão na clandestinidade. “Você vai a um bingo que não paga imposto e ainda temos o jogo do bicho que está na clandestinidade. Com a regulamentação de todas as modalidades, podemos converter essas práticas em coisas boas para o país”, finalizou.
Fonte: GMB