JUE 26 DE DICIEMBRE DE 2024 - 10:46hs.
Alexandre Fonseca, CEO

“Superbet chega ao Brasil para atingir a liderança de mercado no menor tempo possível”

Em sua primeira entrevista exclusiva ao mercado de iGaming como novo CEO da Superbet Brasil, Alexandre Fonseca conversou com o GMB One-On-One. Dono de uma carreira brilhante ao dirigir a vitoriosa operação da Betano no país, o executivo quer levar toda a experiência à nova empresa. “Espero repetir o sucesso e atingir a liderança no menor tempo possível”. Segundo ele, “bom posicionamento de marca e ótima execução da estratégia de marketing serão o caminho”.


Games Magazine Brasil – Sabemos que o desafio é o que o move no mercado brasileiro de apostas esportivas. Foi isso que o levou a assumir a posição de CEO na Superbet?
Alexandre Fonseca –
Creio que sim. Tenho a forte crença que o desafio é o que move o mundo e comigo não é diferente. Ter a oportunidade de desenvolver uma marca como a Superbet no Brasil, que tem um produto excelente e de fácil fixação na audiência brasileira, é um privilégio. Quando tomei a decisão de sair da Betano e fui convidado para assumir essa posição na Superbet, não pensei duas vezes. Espero conseguir repetir o sucesso de posicionamento de marca que conquistamos com a Betano no passado e atingir a liderança no mercado no menor tempo possível.

Você está falando de um grande player do cenário internacional bem estabelecido no Brasil. Como você conseguiu fazer com que a Betano se tornasse uma referência no cenário nacional?
Em 2021, quando entramos no mercado, entendi que havia um gap. Naquele momento, havia grandes operadores internacionais com pouco conhecimento local e operadores locais com muito conhecimento do que é o Brasil, mas as vezes com um produto não tão agressivo ou faltando um poder de investimento. Foi exatamente como consegui ‘encaixar’ a Betano, com um produto forte e com o meu conhecimento do mercado. Assim, conseguimos, por meio de uma estratégia muito bem executada por todo o time, desenvolver a Betano de uma forma fácil e rápida no mercado, garantindo uma atração muito grande. Espero que não seja diferente com a Superbet e que consigamos trilhar um caminho de sucesso.

Toda essa experiência do mercado foi o que te permitiu se apresentar à Superbet. Quais foram as principais experiências e um resumo do que você disse a eles sobre o que foi feito no passado e o que pode ser feito pela Superbet?
Entendo que o conhecimento e tempo de mercado me capacitam para assumir uma posição tão importante como essa. Há poucos profissionais com conhecimento específico da indústria e do que é o Brasil e suas nuances. É importante entender o mercado de mídia, de patrocínios e várias coisas para executar bem o trabalho e posicionar uma marca. A junção desses fatores foi o que me capacitou.

Isso envolve também a questão da localização, então gostaria que você apresentasse melhor a Superbet e qual a proposta da empresa.
A Superbet tem uma questão curiosa. Foi fundada em 2008 para atender o mercado offline, o retail. Em 2016, a empresa decidiu expandir suas operações para o online, oferecendo o que hoje chamamos de omni-channel, em que se oferece tanto os produtos online quanto offline, em lojas físicas e quiosques. Isso ocorreu especialmente na Europa Central, com forte atuação na Romênia e em outros países da região. A empresa chega ao Brasil com uma vontade muito grande de desenvolver o mercado e estabelecer a marca no país. A Superbet é muito conhecida por ser generosa com seus clientes em termos de bônus. Eles irão se surpreender com nossa oferta em termos de promoções e bônus. E a ideia é desenvolver essa estratégia de omni-channel, posicionando a marca não só no online, mas também no offline.

É uma experiência enriquecedora e virão muitas formas de se chegar a esse público que vocês almejam. Como estabelecer uma nova casa de apostas no Brasil diante dessa realidade?
O Brasil se tornou um mercado muito competitivo e hoje há players enormes já estabelecidos e outros entrando, como a Superbet. Esse mercado ainda não está totalmente estabelecido e ainda há muito espaço para o seu desenvolvimento. É importante conhecer o mercado, saber como posicionar a marca e como se comunicar com a audiência brasileira. É um público muito específico, de diversos espectros. Há formas diferentes de se comunicar com ele no Norte, no Nordeste e outra no Sul-Sudeste. Vamos posicionar a marca de uma forma muito forte no Brasil ao longo dos próximos anos. E sem dúvida alguma, diante do cenário regulatório que está para se consolidar nos próximos meses, isso nos dá grandes oportunidades de apresentar uma nova marca e obter um percentual relevante do market share.

Você fala em regulamentação em curso. Chegando neste momento, quais são as principais vantagens e desvantagens para entrar no mercado?
Não vejo tantas desvantagens. O mercado está em franca expansão. Vou dar o exemplo de quando a Betano entrou no Brasil, em 2021. Todos achavam que o mercado já estava consolidado, com grandes empresas já bem estabelecidas e na posição de pódio. E de lá para cá, alguns dos players que eram TOP 3 se tornaram coadjuvantes. Acredito que o processo regulatório vai trazer novos desafios e necessidades de adaptações das marcas. Provavelmente algumas não irão continuar no Brasil por uma questão de posicionamento e outras vão se tornar mais fortes e investirão mais a fim de buscar a consolidação de fato no mercado regulado. Para a Superbet, que está chegando ao mercado brasileiro agora, só vejo vantagens, pois quanto mais peças se moverem, mais espaço teremos para encaixar uma nova marca. A competitividade existe e isso é normal e gosto mais quando o mercado está competitivo.

Ou seja, com essa declaração, você dá uma forte demonstração de que a Superbet ‘veio para chegar’?
Sem dúvida. Se não fosse para disputar a liderança do mercado, eu não teria assumido esse projeto. Todos no mercado me conhecem e aqueles que sempre trabalharam comigo sabem o quanto sou competitivo. Obviamente não podemos garantir resultados nem cantar vitória antes da hora, mas o objetivo é de entrar no mercado, consolidar a marca e obter a liderança o mais breve possível.

E quais são os principais pontos e planos para chegar a esse momento?
Um bom posicionamento de marca e uma boa execução da estratégia de marketing da empresa são infalíveis. Não é preciso reinventar a roda. As vezes vemos empresas com um excelente posicionamento de marca que têm sua execução um pouco falha. Também vemos outras executando muito bem, mas sem um adequado posicionamento de marca. Então, é uma união dessas duas valências, de ter um bom posicionamento quanto uma boa execução. O resultado será fruto disso.

Vocês pretendem patrocinar algum clube de futebol? Hoje, 39 dos 40 times das Séries A e B do Brasileirão são patrocinados por casas de apostas. Sobrou alguma coisa para a Superbet neste sentido?
Não tenha nenhuma dúvida. Há um ditado que diz que ‘onde há boa vontade existe um caminho’. Como eu disse, com esse mercado em constante mudança e com o cenário regulatório a ser consolidado, tenho certeza de que vamos arrumar um espaço e espero em breve contar boas notícias para vocês.

A Superbet vai buscar espaço no futebol, já que você tem uma experiência de muito sucesso com a Betano?
Claro. O patrocínio é uma peça central na estratégia de marketing de quase todas as casas de apostas. Não vejo de forma diferente, mas temos de analisar as oportunidades de mercado e calcular muito bem o ROI de patrocínio, já que o mercado está com preços altamente inflados. Mas é indiscutivelmente um ativo premium para um posicionamento de marca bem-feito.

Outros esportes também estarão no foco da Superbet?
A Superbet é uma marca que internacionalmente se coloca em favor dos esportes. Eu também sempre fui muito fã de diversificação de esportes, promovendo maior capilaridade. Vejo outros esportes como de imenso valor para uma estratégia de posicionamento e isso estará no nosso foco conforme as oportunidades surgirem.

Ao longo dos anos você acompanhou de perto os rumos da regulamentação das apostas esportivas no Brasil. Agora sai?
Espero que sim. Estou confiante e nos próximos meses veremos a regulamentação das apostas esportivas e dos jogos online. Estou animado em ver o caminho que o Brasil está seguindo. Há dois meses, não se falava em jogo online e ele foi incluído na regulamentação, o que é um grande avanço. Existem alguns pontos problemáticos no projeto. Vejo alguns colegas da indústria reclamando disso. Mas não creio que a tributação, isoladamente, seja o problema. O conjunto de fatores, como alta tributação, eventual proibição do uso de bônus e tributação sobre o apostador, isso sim excessiva. Esses três fatores em conjunto podem impactar negativamente nosso mercado. Pode desencorajar marcas a permanecerem ou entrarem no mercado brasileiro, mas também afetar a canalização, jogando a maior parte dos apostadores para o mercado não regulamentado, o que não é o objetivo do governo.

Além desses três pontos, há ainda o custo de outorga, em valor elevado, com um período curto, de três anos!
O grande problema da outorga não é tanto o custo, mas o tempo. O que o legislador precisa entender é que para se estabelecer uma operação de jogos online e apostas esportivas no Brasil, é requerido alto investimento. É preciso trabalhar com longo prazo esse investimento. Com um prazo curto de outorga, ainda que a renovação seja facilitada, é um fator que entra como um ponto de interrogação. A empresa faz o investimento esperando ter o retorno em três ou cinco anos e em três já está vencendo a licença. Isso acaba tirando a vontade de alguns empresários. Mas tenho fé de que nosso Legislativo vai olhar para isso. Eles entendem os desafios e onde estão os pontos que precisam ser melhorados para que criemos um mercado sustentável tanto para o operador quanto para o governo, gerando arrecadação e provendo entretenimento para os apostadores brasileiros.

E canalizando-os para o mercado regulado! É isso o que importa?
Exatamente. Essa é a grande ideia e a definição de sucesso da regulamentação de jogos online é alta canalização e um número enorme de operadores regulamentados gerando empregos e fomentando a economia do país.

Do ponto de vista técnico e comercial, a Superbet tem muitos parceiros oferecendo jogos online, várias modalidades de esportes e política de jogo responsável?
Com certeza. E reforço que a Superbet é uma empresa preocupada com a saúde e o bem-estar de seus usuários. Entendemos como um ponto vital em nossa operação, pois o jogo precisa ser divertido e é entretenimento. Nos posicionamos como uma marca de entretenimento e basta ver nosso logo, que é um sorriso. Nos preocupamos muito com isso. Ainda não sabemos quais produtos vamos lançar no Brasil, pois ainda não operamos no país, mas ela vai depender do movimento regulatório para sabermos quais produtos iremos oferecer e de que forma adaptaremos a operação à legislação que virá.

No mercado global a Superbet já possui todas as certificações necessárias, bastando adaptá-las ao que for exigido no Brasil?
Exatamente. A Superbet opera em dez países regulamentados. Quando temos essa alta taxa de penetração em outros países regulamentados, isso o torna mais adaptado para entrar em uma nova jurisdição. O Brasil seria a décima primeira. Guardadas as proporções, não creio que haverá uma diferenciação em termos de certificação e auditorias de sistemas diferentes daquelas dos países onde já estamos presentes.

Fonte: Exclusivo GMB