MAR 15 DE OCTUBRE DE 2024 - 14:14hs.
Forte advertência do vice-presidente

Alckmin: Se regulação das bets não for suficiente, apostas devem ser proibidas

Durante entrevista ao programa Roda Viva, da “TV Cultura”, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, disse que, caso a regulamentação do mercado de apostas esportivas não dê resultado, o governo Lula deve vetar a atividade no Brasil. “Acho que vai ser bem feita e terá resultado. Mas, se precisar, proíbe”, assegurou.



A regulação do mercado de apostas esportivas foi tema de reunião, no Palácio do Planalto, na semana passada. No encontro, Lula e os ministros discutiram, por exemplo, a possibilidade de a gestão petista impedir apostas de beneficiários do Bolsa Família, grupo vulnerável que estaria suscetível ao endividamento nessas plataformas.

Após o encontro, no entanto, o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, explicou que, por enquanto, não haverá bloqueio do cartão do Bolsa Família para o uso em bets.

O tema, disse ele, será analisado a partir desta semana, quando está previsto o bloqueio de cerca de 2 mil endereços de bets que não estão na lista positiva divulgada pelo governo.

Anteriormente, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços rebateu, em uma nota técnica, informações de que os gastos com apostas esportivas online provocaram queda no varejo e aumentaram o endividamento da população.

A pasta comandada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, também questiona conclusões do Banco Central sobre gastos de famílias com as bets.

O documento do Ministério do Desenvolvimento argumenta que os dados de comércio no país não permitem identificar uma desaceleração do setor. A nota técnica, assinada na sexta-feira (4), traz dados sobre o desempenho do setor varejista.

"Os dados disponibilizados pelo IBGE indicam que o comércio no Brasil está em crescimento, com as vendas no varejo apresentando as seguintes variações: Em julho de 2024, as vendas cresceram 0,6% em relação a junho. No primeiro semestre de 2024, o comércio varejista acumulou alta de 5,3%. Nos últimos 12 meses até julho, o comércio varejista acumulou alta de 3,7%".

Na nota técnica, o Desenvolvimento também afirma que "é ainda mais complexo atribuir qualquer variação nos resultados do setor aos gastos em apostas e jogos de azar", questionando, inclusive, dados apresentados pelo Banco Central em nota enviada ao senador Omar Aziz (PSD-AM).

Fonte: GMB