Games Magazine Brasil - À medida que nos aproximamos do final do ano, com quais tendências emergentes no espaço iGaming você está mais animado e como a Infingame se prepara para capitalizar essas tendências de mudança?
Pavel Fedyushin - Entre as tendências mais proeminentes da indústria, é, claro, importante falar sobre licenças e regulamentação. Muitos países na Europa continuam a adotar suas próprias estruturas regulamentadas, já que é mais lucrativo para o estado conceder um punhado de licenças do que não receber nada em termos de contribuições fiscais de empresas que operam em um mercado não regulamentado.
No entanto, dado o tamanho do público em alguns países europeus, muitas vezes não é financeiramente viável para pequenas e médias operadoras entrarem nesses novos territórios. Prevejo que muitos mercados na Europa serão cada vez mais determinados e divididos entre grandes participantes monopolistas devido a esse impacto da regulamentação – em vez da aceitação comum de licenças MGA que tínhamos anteriormente.
Há algum outro mercado que você acredita que será um foco importante para a indústria em 2025? Se sim, por quê?
Claro, um mercado que está na boca de todos é o Brasil. Para muitos, parece haver muita empolgação. Mas para mim, a maneira como o Brasil abordou sua legislação é totalmente insustentável.
As primeiras empresas que solicitaram licenças no Brasil são grandes entidades americanas e europeias – como resultado, operadores de pequeno e médio porte estão sendo forçados a sair do mercado devido às duras condições de entrada.
As licenças custam entre € 5-6 milhões por ano durante cinco anos, o que significa que um operador deve ter um mínimo de € 30-40 milhões para gastar no mercado. Adicione a isso um imposto de 25% sobre retiradas de fundos do exterior, e isso torna o mercado totalmente inviável.
Como os regulamentos ainda aguardam introdução formal, também é difícil para as marcas de iGaming planejarem sua estratégia de entrada no mercado. Já houve várias alterações na legislação – muitas marcas se sentirão relutantes em fazer planos sólidos até que os regulamentos formais sejam introduzidos, correndo o risco de não estarem em conformidade.
Como você vê a estrutura do sistema de licenciamento para operar apostas e iGaming no mercado brasileiro?
A estrutura de licenciamento também pode representar desafios potenciais no futuro. Cada licença permite três marcas diferentes – isso significa que se sua marca tiver um terço da licença, você dependerá das outras duas empresas para agir de acordo com os regulamentos. Se uma marca não estiver em conformidade, isso coloca a licença em risco para todos.
Acredito que o governo brasileiro deve aumentar as barreiras de entrada após alguns anos de operação do mercado regulado, dando a todos a chance de se adaptarem às novas realidades. Com impostos mais baixos nos primeiros anos, ou mesmo um custo de licença menor, isso dá a todos a chance de entrar no mercado regulado – isso poderia ser aumentado em proporção ao crescimento do mercado. Mas, do jeito que está, tudo está sendo feito de uma vez, e de forma caótica.
Já passamos por isso com o mercado ucraniano. Grandes empresas que operam no mercado não têm pressa em se adaptar aos novos regulamentos porque a transição para uma nova licença é demorada, cara e complicada. Tudo isso aumenta os riscos de desenvolver um negócio cinza, pois as condições de entrada são complexas e não há previsibilidade.
Em um setor tão competitivo, quão importante é a flexibilidade e a escalabilidade para atender às necessidades do player moderno?
O que nos diferencia de outros agregadores é que implementamos algumas das melhores tecnologias disponíveis no mercado. Esta é uma prioridade muito importante para mim – minha experiência em TI me ensinou o quão importante a tecnologia é para lhe dar uma vantagem sobre a concorrência. Esta abordagem nos dá uma vantagem enorme sobre a concorrência.
Muitos agregadores no mercado (não vou citar nomes!) têm contado com tecnologia que tem 10-15 anos – mas essa tecnologia não é mais suficiente para atender às necessidades do player moderno. É um assunto caro para as plataformas renovarem suas capacidades técnicas, então elas dependem de muletas para integrar novas funcionalidades. Como resultado, vemos muitos modelos "Frankenstein" – onde pode parecer que funciona, mas no fundo, a estabilidade e o desempenho sofrem.
E como eles abordaram essas necessidades para ajudar a indústria? Quais soluções eles oferecem?
A Infingame investiu tempo e recursos significativos no desenvolvimento de nossa nova plataforma Axis. Ela funciona mais rápido, escala mais facilmente, tem uma funcionalidade mais ampla e é mais amigável para operadores e provedores.
Entendemos que os agregadores de jogos modernos devem fornecer não apenas agregação de jogos, mas também criar valor agregado para seus clientes. Em nossa plataforma, fazemos isso de várias maneiras; oferecemos uma variedade de recursos de engajamento e gamificação do jogador, dando aos operadores as ferramentas de que precisam para impulsionar o engajamento e a retenção com seus jogadores.
O código de nossa nova plataforma é mais simples e muito mais rápido também. Removemos todas e quaisquer muletas e as substituímos por uma arquitetura interna estelar que permite que nossos parceiros acessem uma série de jogos de forma rápida e acessível, ao mesmo tempo que nos dá a oportunidade de atualizar nossa plataforma muito mais facilmente.
Como a Infingame analisa e decide entrar em um mercado específico?
Nosso foco em um punhado de mercados também nos colocou em uma posição única para entregar produtos mais locais e personalizados aos nossos parceiros. Não entramos apenas em um novo mercado – garantimos que o estudamos bem, entendemos as nuances locais e preparamos a melhor oferta possível.
Você não pode entrar em todos os mercados de uma vez, nem deveria. É importante entender a dinâmica legal, financeira e cultural – tudo isso tem um impacto nas estratégias de engajamento. Levamos tudo isso em consideração ao trabalhar com nossos parceiros na América Latina.
Fonte: Exclusivo GMB