VIE 27 DE DICIEMBRE DE 2024 - 16:53hs.
Momento de expansão do setor no país

Mercado peruano de jogos de azar iniciou uma nova e promissora etapa

Em fevereiro, entrou em vigor a lei que regula apostas esportivas e jogos online no Peru. Até agora, 80 empresas solicitaram autorização, sem limite definido, e o regulador já registrou 7 laboratórios e 146 provedores de serviços. Jonathan Félix Vilchez, CEO da Global Business Company, analisa com exclusividade para o GMB o momento de expansão da atividade no país e destaca que o mercado pode alcançar US$ 3 bi em vendas, contribuindo significativamente para o PIB nacional.

Em 12 de fevereiro, quando a Lei 31557, que regulamenta a exploração de apostas esportivas e jogos online, entrou em vigor. O Peru é o quarto país da região LatAm a regular este setor, colocando-o em destaque global para novos projetos de investimento.

Em 13 de março, encerrou-se o prazo para as empresas que atualmente operam no mercado apresentarem solicitação de autorização de exploração, como parte do cronograma de conformidade com a lei e alguns benefícios concedidos. Segundo relatório do regulador, 80 empresas (nacionais e internacionais) solicitaram autorização nesta primeira etapa. Importante destacar que a lei não estabeleceu um limite de autorizações, tornando o mercado peruano aberto a novos investimentos e empresas que desejem ingressar, crescendo e amadurecendo nos últimos 15 anos.

Ao finalizar esta nota, verificamos na plataforma do regulador (Mincetur) o registro de 7 laboratórios internacionais e 146 provedores de serviços vinculados, incluindo fornecedores de cassino ao vivo, slots, esportes virtuais, jogos de fantasia, métodos de pagamento e plataformas.

Consideramos este o início de uma nova fase do mercado peruano, já regulamentado, com previsão de crescimento em novas solicitações de autorização para operar apostas esportivas e jogos online por parte de empresas internacionais, além de novos provedores de serviços vinculados que solicitem autorização e registro (homologação) para continuar oferecendo suas soluções no mercado.

No último trimestre de 2023, realizamos um estudo nas 15 empresas que operam nos canais online e varejo no Peru, constatando seu destaque e liderança no mercado. No segmento de cassino online, elas utilizam os serviços de conteúdo de 370 provedores internacionais, com destaque para slots, cassino ao vivo, roleta e esportes virtuais. Nosso ranking TOP 5 identificou plataformas que utilizam 179, 174, 140, 130 e 107 provedores de conteúdo, sendo os maiores cassinos online do país.

O regulador MINCETUR possui mais de 15 anos de experiência em controle e fiscalização, iniciando sua gestão em salas de cassino e máquinas caça-níqueis. Nos primeiros 15 anos, arrecadou mais de US$ 950 milhões em direitos de exploração para o estado peruano. Agora enfrenta o desafio do consumo digital, com operadores e consumidores experientes em tecnologia, mantendo o foco nas salas de apostas físicas, que representam mais de 50% das vendas no setor de jogos.

Galos & pôquer: oportunidades a serem desenvolvidas

A criação de galos de briga e a realização de torneios têm uma longa tradição no Peru, com mais de 200 anos de história, herdada desde a conquista espanhola.

Durante nossa visita aos coliseus de briga de galos no país, observamos o potencial deste mercado. Existem 1.600 coliseus de briga de galos e mais de 3 milhões de criadores no país. As competições acontecem principalmente aos fins de semana, com uma média de US$ 5 a US$ 30 apostados por briga, gerando uma estimativa de vendas anuais de mais de US$ 250 milhões.

No caso do pôquer, vivenciamos a crescente paixão pelo "Poker Room", especialmente impulsionado pela pandemia de covid-19, onde a preferência por este esporte de habilidade mental está baseada na competição e interação entre os jogadores. Esta mesma tendência se observa em outros países da região, mas com maior desenvolvimento no Brasil, México, Argentina, Colômbia e Chile.

Na pesquisa que conduzimos no primeiro trimestre de 2023, encontramos informações relevantes que evidenciam o desenvolvimento desta vertical fora das salas de cassino, com locais como apartamentos privados e outros negócios relacionados ao entretenimento, onde a presença física é o denominador comum. É importante destacar que o formato de sala de pôquer não está contemplado nos diretrizes de autorização do regulador, representando um desafio e uma oportunidade para migrar esses jogadores para as salas de cassino e o canal online dos cassinos virtuais.

O país possui mais de 110 clubes de poker room, com uma comunidade de mais de 82.000 jogadores, predominantemente homens entre 20 e 35 anos, com um ticket médio de aposta variando de US$ 2 a mais de US$ 100 em competições internacionais. As vendas anuais deste segmento são estimadas em mais de US$ 150 milhões, com pouca penetração de plataformas e provedores online até o momento.

O potencial de desenvolvimento do mercado peruano de jogos de azar prevê vendas acima de US$ 3 bilhões nos próximos anos, gerando mais de US$ 100 milhões em receita por direitos de exploração, podendo representar até 1% do PIB nacional após os primeiros 5 anos de regulamentação.

Jonathan Félix Vilchez
Executivo internacional sênior e empresário com mais de 22 anos de experiência na indústria de jogos de azar na América Latina. Ele fez parte da equipe de empresas internacionais com operações no Peru e forneceu consultoria para empresas internacionais nos Estados Unidos, Europa e Ásia para o desenvolvimento de negócios na região latino-americana. CEO da Global Business Company de Peru S.A.C. (https://globalbusinesslatam.com/), especializada em consultoria, desenvolvimento de negócios e novos projetos de investimento nos setores de jogos de azar, serviços financeiros e de valor agregado.