LUN 25 DE NOVIEMBRE DE 2024 - 11:39hs.
Marcela Campos, VP do Esportes da Sorte

“Percebo a grandeza do que faço, seja como mãe, esposa, filha e líder”

No Brasil, diversas mulheres se dividem diariamente entre a carreira profissional e os cuidados com os filhos. Este é o caso de Marcela Campos, mãe de dois meninos e com cargo de destaque dentro do grupo Esportes da Sorte, onde atua como vice-presidente. Neste Dia das Mães (domingo, 12), o GMB publica sua entrevista como uma homenagem a todas as mães do iGaming brasileiro.

No trabalho, ela lidera mais de 600 colaboradores do grupo Esportes da Sorte, que atua no mercado online desde 2018 e vem se posicionando com destaque tanto no futebol brasileiro, com contrato vigentes com Athletico-PR, Bahia, Grêmio e Palmeiras.

Além disso, a empresa se destaca nos principais eventos do setor de entretenimento, como o BBB, carnaval e os mais importantes shows que ocorrem pelo Brasil.

Em crescimento, o grupo Esportes da Sorte também conta com a X1 Brazil, que organiza a maior competição de um contra um do país, além da Onabet, a EDS Cap e a Loyalty.

Em casa, a empreendedora destaca a ajuda de seu marido, reflete sobre as demandas socialmente impostas, e celebra os ensinamentos que busca passar no dia a dia aos filhos. Ela conta que transmite para eles o amor à profissão e busca contribuir diretamente com um mundo menos desigual, frisando a mensagem de que homens e mulheres devem sempre estar em condições de igualdade.

Em entrevista, a seguir, Marcela detalha um pouco mais sobre o tema.

Como é ser dona de casa, cuidar dos filhos e ainda empreender em uma das principais casas de apostas do país?
Antes de conseguir chegar a uma resposta para essa pergunta, eu me questionei se ela estaria na lista caso fosse uma campanha de Dia dos Pais. Acho que essa reflexão é urgente: por que somos nós, mães, mulheres, que precisamos dar conta de tudo sozinhas? Eu tenho um parceiro incrível, que é um excelente pai e que divide comigo as responsabilidades da vida, muito embora eu ainda me sinta sobrecarregada pelas demandas sociais a mim impostas.

Essa relação de apoio e suporte que tenho dentro da minha casa não é a realidade de boa parte das mulheres no país. E isso eu digo com muito conhecimento de causa, olhando para os mais de 600 colaboradores que lidero. Tenho um time diverso, mas uma coisa que vejo se repetir, entre as mulheres, são os malabarismos que precisamos fazer diariamente para dar conta de casa, dos filhos, da própria família e do trabalho. Trago a reflexão aqui sobre o tempo de qualidade que nós mulheres temos para desempenhar todas as tarefas que nos são imputadas, muitas vezes sem a opção de escolha.

Como é conciliar a rotina com os filhos e com a empresa?
Me pego, algumas vezes, com o sentimento traiçoeiro da culpa, me questionando se deixo lacunas abertas na minha rotina. Mas, quase que imediatamente, o orgulho me toma e me sinto gigante de novo, por perceber a grandeza do que faço, seja como mãe, esposa, filha e líder. Essa dualidade de sentimentos, hoje, é muito presente pela forma como nossa sociedade foi conduzida, mas ela não é justa.

Procuro criar meus filhos com os pés no chão e estar realmente presente quando estou com eles, cercando-os de amor, assim como quando estou no meu trabalho. Me divido como posso, mas sou uma Marcela inteira no que me proponho a fazer. É importante, desde cedo, ensinar aos filhos que a gente trabalha por amor e não só por necessidade, daí essa relação de respeito pelo tempo em que a mãe precisa estar fora de casa vai se nutrindo.

Até que ponto os filhos servem de motivação e energia para que os negócios da empresa também prosperem, apesar do trabalho natural com a rotina?
Eles são uma grande parte dessa motivação e ela vai muito além de proporcionar educação, saúde e bens materiais. Esse gás que me toma quase diariamente é para contribuir diretamente com um mundo menos desigual e ensinar isso na prática para os meus filhos é um objetivo de vida.

Eu tenho dois meninos. Um dia eles serão homens, e que homens eu desejo que eles sejam? Que homens eu quero entregar para a sociedade? E que mundo eu quero que eles encontrem? Eu me levanto todos os dias para correr atrás de, na prática, responder a essas perguntas que me faço. Quero filhos éticos, amigos, empáticos, que tenham o senso de responsabilidade com eles mesmos e na forma como eles interagem com a sociedade, sobretudo cultivando o respeito às mulheres e o entendimento que estamos em igualdade.

É possível fazer com que os filhos, mesmo que pequenos, já consigam também pegar gosto pelo empreendimento e seguir os passos da mãe no futuro?
É super possível. Eles veem diariamente o meu brilho no olho. Eu me orgulho de tudo o que venho construindo ao longo dos anos. Meu papel como líder de alto cargo, dentro de um segmento majoritariamente masculino, é ainda mais difícil, mas eu tenho dado conta. Acho que sou boa em resolver problemas e apagar incêndios.

Brincadeiras à parte, eu mostro aos meus filhos o valor do trabalho e eles vão poder escolher, na hora certa, o que eles quiserem. O que eu torço sempre é para que sejam escolhas felizes. Afinal, o que é mais importante para uma mãe do que ver sua cria plena de saúde e felicidade? A gente sabe que não vai poder livrar os filhos das dificuldades que a própria vida impõe, mas, se pudesse realizar um desejo, seria esse.

Fonte: GMB