O anúncio foi feito durante a apresentação do balanço da estatal no segundo trimestre deste ano.
Apesar de ampliar a atuação de sua “bet” nas casas lotéricas, Lucíola explica que as apostas dos atuais jogos em vigor não serão canibalizadas. “Hoje, o público de loterias tem mais de 45 anos e o público de bet mundial tem menos de 35 anos. Então é isso que a gente busca, trazer um público que a gente não tem”, disse.
Em meados de junho, a executiva já havia comentado a intenção do banco em operar no mercado das “bets” e de ampliar as modalidades de jogos oferecidos nas casas lotéricas, como a “raspadinha”.
“Hoje, temos 13,3 mil pontos físicos, mas [a bet da Caixa] não será focada nisso. Iremos atuar como todo e qualquer mercado de bets, seremos compatíveis e concorrentes”, pontuou.
Ainda de acordo com Lucíola, o banco pretende ampliar também a atuação com o público feminino que, diz, não tem tanta participação nos jogos como gostaria.
A Caixa é uma das 108 empresas que apresentaram pedidos de autorização ao governo para operar no mercado regulado das apostas online, que vai barrar a atuação de empresas fora da regulamentação a partir de 1º de janeiro de 2025.
A executiva afirmou, ainda, que o leque de opções da “bet” do banco pode ser ampliado para além das apostas esportivas, como jogos eletrônicos: “Tudo que é possível está sendo estudado. Não significa que a gente vá atuar. Mas a gente não fechou para nada”.
“Com certeza, o banco será um dos principais players nesse segmento. A Caixa entende que as Loterias têm espaço para crescer”, disse o presidente do banco, Carlos Vieira.
Se a operação for concretizada, a expectativa é de que o banco tenha uma disparada na arrecadação com jogos.
No ano passado, as loterias da Caixa faturaram R$ 23,4 bilhões, sendo que R$ 9,2 bilhões (39,2% do total) foram destinados a programas do governo federal nas áreas de seguridade social, esporte, cultura, segurança pública, educação e saúde.
Segundo o Ministério da Fazenda, 108 empresas entraram com pedido de outorga dentro do prazo preferencial encerrado na noite de terça (20).
Foram recebidos 113 pedidos de autorização para operar sites de “bets” no Brasil, e se estima que cerca de 220 poderão ser criados, já que cada empresa pode oferecer até três marcas a depender da opção comercial de cada.
Se todas as autorizações cumprirem as regras estabelecidas na regulamentação, o Ministério da Fazenda estima que pode arrecadar em torno de R$ 3,4 bilhões com as outorgas apenas neste ano.
As solicitações serão analisadas no prazo de 180 dias, mas outras empresas podem pedir autorização fora do prazo preferencial até o final do ano.
Fonte: GMB