VIE 4 DE OCTUBRE DE 2024 - 14:22hs.
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Com presença do GMB, seminário ENV Media debateu expansão e desafios do iGaming no Brasil

O Seminário ENV Media sobre iGaming, que aconteceu no dia 19 de setembro, reuniu líderes do mercado e especialistas para discutir os avanços do setor no Brasil. Entre temas como regulamentação, localização de jogos e o uso da tecnologia na prevenção da ludopatia, as apresentações abordaram as perspectivas para o segmento. Games Magazine Brasil, KTO e Caleta Gaming, em outras empresas, foram parte do webinar. Vídeo já disponível aqui.


Palestrantes enfatizaram integridade e competitividade do setor

Andreas Bardun, CEO do KTO Group,
abriu o seminário destacando a importância de práticas de marketing ético e da conscientização sobre o jogo responsável. Enfatizando a necessidade de localização, ele também afirmou que a adaptação da plataforma KTO à realidade dos apostadores brasileiros foi determinante para o seu sucesso no país.

Bardun expressou otimismo em relação ao mercado brasileiro, reconhecendo grandes oportunidades de crescimento para as operadoras que conseguirem se adequar à regulamentação e atender às demandas locais.

Jack Byrne, analista de integridade da International Betting Integrity Association (IBIA), destacou o papel da organização no combate à corrupção nas apostas e na proteção da integridade do esporte. Segundo Byrne, para detectar atividades suspeitas, mais de 50 operadores globais de apostas compartilham informações por meio da IBIA, incluindo galera.bet e KTO.

O analista ressaltou o papel fundamental dos órgãos reguladores para garantir que as operadoras licenciadas no Brasil tenham condições de competir com as plataformas que operam no exterior.

Fabíola Jaeger, sócia fundadora e CEO da Caleta Gaming, declarou que, embora o processo de recertificação e adaptação aos novos requisitos técnicos da portaria SPA/MF Nº 1.207, de 2024, seja desafiador, a maior parte do portfólio da Caleta já se encontra em consonância com os novos padrões.

Quanto às preferências dos jogadores brasileiros, Jaeger estimou que, no Brasil, a tendência por jogos intuitivos, com mecânicas simples, deve permanecer em alta.

Especialista na regulamentação do setor no Brasil, Neil Montgomery, sócio fundador e administrador da Montgomery & Associados, observou que, com relação ao licenciamento federal, o processo é complexo e exige controles e estruturas corporativas mais rigorosas para as operadoras estrangeiras.

Para Montgomery, o mercado brasileiro está evoluindo, com potencial para fusões e aquisições, além de uma diversa gama de jogos legais reconhecidos pelo governo federal.

Ele também abordou os desafios da portaria 1275, que determinou no último dia 16 de setembro que as operadoras que não haviam solicitado a licença até a data da portaria, terão seus sites bloqueados no dia 1 de outubro. Segundo Montgomery, a medida traz insegurança jurídica e ainda mais complexidade ao cenário regulatório do setor.

Editor da revista Games Magazine Brasil, Gildo Mazza ressaltou que, em um mercado com cerca de 60 milhões de apostadores, a responsabilidade social e a promoção do jogo responsável são fundamentais.

Mazza também destacou a importância da promoção de campanhas de conscientização para enfatizar que as atividades de jogo correspondem a despesas de entretenimento, e não a uma espécie de investimento para ganhos financeiros - encerrando, assim, a discussão com palestrantes convidados.

Na seção com especialistas de pesquisa da ENV Media, a introdução ficou a cargo de Svilen Madjov, chefe de Pesquisa da ENV Media. Madjov esclareceu que, em virtude da sua novidade, o mercado de jogos no Brasil carece de dados confiáveis, o que torna a pesquisa essencial para as partes interessadas, incluindo consumidores e operadores.

Segundo Madjov, a ENV realiza estudos com dados primários, pesquisas e testes práticos de plataformas de jogos para, com base em percepções abrangentes, educar os consumidores sobre o jogo responsável e a dinâmica do mercado - além de fornecer insights valiosos à indústria.

A pesquisadora da ENV Media Priscila Ferreira criticou o envolvimento de influenciadores em esquemas fraudulentos que prejudicam a imagem pública dos jogos online,  destacando a necessidade de regulamentação rigorosa e responsabilidade no marketing de influenciadores.

De acordo com Ferreira, o foco dessas iniciativas, porém, deve se concentrar na publicidade predatória dos influenciadores, e não no jogo em si. Para a pesquisadora, é necessário reformular a publicidade para promover o jogo responsável.

A também pesquisadora da ENV Media e doutora em Comunicação pela UFRJ, Simone do Vale apresentou os fatores que motivam a participação de brasileiros nos jogos de apostas - renda disponível, busca por entretenimento e percepção de confiabilidade nos jogos.

De acordo com Vale, a loteria é considerada o jogo mais confiável, seguida pelas apostas esportivas - ao passo que a confiança nos jogos online está crescendo, especialmente entre as plataformas regulamentadas.

Finalmente, Marcella Santiago, bolsista de pesquisa da ENV Media, apresentou uma pesquisa original sobre a eficácia das ferramentas tecnológicas na prevenção ao jogo patológico.

A pesquisadora defendeu que as políticas de jogo responsável, já amplamente adotadas, sejam reavaliadas e expandidas. Para ela, a Inteligência Artificial desempenha um papel importante na personalização da experiência do usuário, mas é igualmente necessária para a promoção de políticas eficazes de jogo responsável.

O evento foi moderado por Maria Paula Nascimento, gerente de pesquisa da ENV Media, e pode ser revisto no canal do YouTube da ENV Media.

Fonte: GMB