MIÉ 18 DE SEPTIEMBRE DE 2024 - 15:02hs.
Na CPI no Senado

Regis Dudena diz que implementará campanha de conscientização da sociedade quanto às bets

Nesta terça-feira (3), a CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas ouviu o secretário de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda, Regis Dudena. Parlamentares cobraram medidas para frear potenciais problemas dos jogos e ele afirmou que a secretaria trabalha para colocar ainda neste ano uma campanha de conscientização sobre os jogos e que, a partir do ano que vem, as empresas autorizadas a operar as apostas esportivas também deverão se somar à ação.

Regis Dudena diz que implementará campanha de conscientização da sociedade quanto às bets

Fotos: Pedro França/Agência Senado

 

Nos primeiros sete meses de 2024, 25 milhões de brasileiros passaram a fazer apostas online. Os dados são de um levantamento do Instituto Locomotiva, realizado na primeira semana de agosto. O veloz crescimento dos aplicativos de apostas, ou bets, preocupa senadores, que apontam riscos de vício e endividamento da população.

A Comissão Parlamentar de Inquérito da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas (CPIMJAE) ouviu o secretário de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda, Regis Dudena e os membros do colegiado cobraram medidas para frear potenciais problemas dos jogos.

Diante de questionamentos dos senadores, Dudena afirmou que a secretaria trabalha para colocar ainda neste ano uma campanha de conscientização sobre os jogos e que, a partir do ano que vem, as empresas autorizadas a operar as apostas esportivas também deverão se somar à campanha.

É uma demanda direta do ministro Fernando Haddad. Estamos trabalhando nos primeiros passos dessa campanha para que a população entenda que apostar é um mero entretenimento e que potencialmente as pessoas vão perder dinheiro”, disse o secretário Régis Dudena após indagação do presidente da CPI, senador Jorge Kajuru (PSB-GO).

De acordo com levantamento citado pelo relator da CPI, senador Romário (PL-RJ), 80% das pessoas que apostam têm dívidas e 2% do orçamento doméstico das classes C, D e E estão comprometidos com apostas.

Atualmente, a secretaria tem portarias para regulamentar o setor, conforme apontou Dudena. Uma delas estabelece limites para tempo logado, entre outras medidas para proteger os apostadores e prevenir o superendividamento e problemas relacionados à dependência de jogos. Também estão em análise 113 pedidos de autorização de empresas para explorarem o mercado de apostas esportivas a partir de janeiro de 2025.

Nós impusemos a todos aqueles agentes que quiserem vir atuar no Brasil regras específicas para conhecer os seus apostadores, monitorá-los, impor alertas nos casos de abuso dos jogos, para impor restrições de tempo e para, no limite, criar bloqueios para esses apostadores”, apontou.

Contrário à legalização dos jogos, o senador Eduardo Girão (Novo-CE) afirmou que o vício em apostas online pode ser comparado a uma epidemia de saúde pública. Assim como Girão, o senador Carlos Portinho (PL-RJ) lamentou o crescimento das apostas.

A voz do consumidor

 



Representante dos consumidores do mercado de apostas, Rodrigo Alves, presidente da Associação Brasileira de Apostas Esportivas (Abaesp), defendeu o direito dos brasileiros em apostar, mas reconheceu potenciais riscos. Para Alves, um dos problemas centrais está na publicidade.

Casos de endividamento, de problemas chegam constantemente para nós. Somos totalmente sensíveis e concordamos que muitos hoje estão passando dos limites, nem conhecem seus próprios limites, e, em boa parte, é pela publicidade um pouco desenfreada. Nós acreditamos muito numa regulamentação, porque não existe o não jogo”, disse.

Sobre publicidade, Regis Dudena apontou que uma das portarias prevê que a partir do dia 1º de janeiro todas as empresas que não tiverem autorização serão proibidas de fazer publicidade ou patrocínio.

O Ministério da Fazenda, como órgão regulador nacional do tema, poderá notificar as empresas para proibir tanto a publicidade das empresas quanto proibir que partícipes, ou seja, que influencers, que os chamados afiliados, possam falar sobre empresas não autorizadas".

Fonte: Agência Senado