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Afinal, o compliance é um componente estratégico para o crescimento, sobretudo em ambientes mais regulados.
Com isso em mente, nosso bate-papo no Bazk On Air girou em torno de como o conceito de "Compliance First" já deixou de ser uma mera obrigação legal para se tornar um diferencial competitivo. Basta ver que, mais do que proteger uma empresa de riscos, a automação de processos regulatórios e seu alinhamento aos objetivos corporativos podem abrir novos caminhos para inovação.
Logo, empresas que abordam o compliance de maneira proativa conseguem integrar requisitos regulatórios em suas estratégias de mercado, extraindo mais valor e conquistando vantagens competitivas.
O papel das pessoas
Outro ponto importante é que, em ambientes mais “tecnológicos”, precisamos sempre lembrar que as pessoas são o verdadeiro motor da inovação. É claro que os avanços em inteligência artificial (IA) oferecem ferramentas poderosas que agilizam processos e os tornam mais eficientes.
No entanto, esses sistemas alcançam seu máximo potencial somente quando há um elemento humano sólido para impulsioná-los. Por conta disso, considero fundamental incentivar uma cultura que priorize a adaptabilidade e a colaboração.
Ao mesmo tempo, é preciso manter a atenção em várias frentes para garantir a conformidade. Desde a gestão de dados sensíveis até a constante atualização regulatória, esses desafios requerem estratégias eficazes e, em alguns casos, as parcerias podem ser boas alternativas.
Afinal, colaborar com outras empresas (mesmo concorrentes!), pode ser uma boa maneira de otimizar as práticas de compliance. A grande questão é ter um “mindset de crescimento” para que a empresa compreenda desafios como oportunidades de aprendizado e inovação.
Tecnologias emergentes e cultura organizacional
É inegável que a inteligência artificial e o aprendizado de máquina (machine learning) estão redefinindo tanto o setor de pagamentos quanto muitos outros. Com essas tecnologias, é possível realizar análises muito precisas e tomar decisões mais ágeis – questões fundamentais para manter-se competitivo no ambiente de negócios atual.
Da mesma forma, elas permitem lidar com grandes volumes de dados e realizar tarefas que antes consumiam muito tempo e/ou estavam sujeitas ao erro humano. Por isso, empresas que adotam essas tecnologias podem dar um verdadeiro salto de eficiência, com a automação desempenhando um papel crucial nas tomadas de decisões.
Por fim, é importante ressaltar que a conformidade depende muito do engajamento e da conscientização de todos os colaboradores. Assim, um treinamento contínuo e abrangente é vital para garantir que cada um compreenda a importância e as nuances das práticas de compliance, assegurando uma adesão consistente às normas.
Dessa forma, é possível prevenir erros que poderiam comprometer a segurança e até a reputação da empresa.
Transformando desafios em oportunidades
Em resumo, podemos dizer que a adaptação às mudanças regulatórias não deve ser uma simples “reação” ao ambiente externo. Em vez disso, ela deve ser encarada como um catalisador de inovação e crescimento.
Ao identificar as oportunidades que acompanham o evidente desafio da conformidade, é possível não apenas sobreviver, mas crescer em ambientes de rápida evolução tecnológica e regulatória.
Por isso, ressalto que as empresas devem adotar práticas de conformidade para além da simples adequação às normas, encarando esse processo como um convite à diferenciação.
Subverter perspectivas tradicionais para promover uma verdadeira cultura de inovação: esse é o passo essencial para construir um futuro promissor para sua empresa.
Francis Richter
Diretor executivo da Bazk