MAR 8 DE ABRIL DE 2025 - 04:33hs.
Segundo o IBJR

Bets ilegais faturam mais de R$ 1 bi por mês

As bets ilegais correspondem a aproximadamente 60% do mercado de apostas no Brasil, segundo o fundador e membro da diretoria do Instituto Brasileiro de Jogo Responsável (IBJR), Andre Gelfi. A receita bruta dessas casas que não têm licença para operar atinge mais de R$ 1 bilhão por mês no país.

 

O nosso principal desafio de saída é justamente a formalização desse nosso mercado de apostas. Há atividade econômica não monitorada, não tributada, acontecendo nesse mercado, e isso dificulta bastante o desenvolvimento de um mercado sustentável”, declarou Andre Gelfi ao Poder360.

O mercado regulado de apostas online no Brasil entrou em vigor em 1º de janeiro. “Apesar de estar vendo uma informalidade em níveis absolutamente insustentáveis, a gente entende que a regulamentação, como arcabouço, é moderna e viabiliza o mercado competitivo”, afirmou Gelfi.

O diretor do IBJR afirma que a indústria de apostas fatura ao todo R$ 25 bilhões por ano. “No instituto, a gente trabalha com um número pré-regulamentação”, diz.

Fiscalização

O governo federal tem feito bloqueio de sites de bets ilegais na tentativa de coibir irregularidades. Até fevereiro de 2025, mandou derrubar 11.555 domínios. “Não é suficiente por si só, mas é uma medida que, sim, tem seu valor”, declarou Gelfi.

De acordo com ele, a restrição de publicidade às empresas licenciadas é uma boa medida para dificultar a promoção de bets ilegais. O executivo diz ainda ser necessário intensificar o monitoramento de transações financeiras.

O coração da nossa atividade é o Pix. Se as entidades financeiras têm um monitoramento eficaz de quem está fazendo o Pix, através de que CNPJ, a gente tem como sufocar essa informalidade”, afirmou.

Outros destaques da entrevista

Cassino no Brasil –O IBJR é absolutamente favorável à regulamentação e ao regramento que insira de forma sustentável uma atividade econômica dentro da sociedade brasileira […]. A proibição raramente funciona”;

Jogo do bicho – O instituto não tem uma posição formal com relação ao jogo do bicho. Agora, o Andre, consistentemente com o que disse anteriormente, entende que se existe uma atividade que tem o interesse da sociedade por ela, que pode ser trabalhada de uma forma que cumpra com os interesses do coletivo, ela deve ser regulamentada. Se é uma atividade que liquidamente só traz danos, acho que é um caso para a gente olhar com mais cuidado. Não me parece que seja o caso do jogo do bicho. O Andre é favorável à regulamentação do Jogo do Bicho”;

Patrocínio a clubes –A gente tem a sensação de que os valores brasileiros estão acima do razoável, mas quando esse ajuste vai ocorrer, diria que no médio prazo […]. Acho que esse equilíbrio vai acontecer e deve ser uma correção para baixo desses valores”.

Fonte: Poder360