GMB –
Antes de mais nada, gostaríamos que falasse de sua trajetória no setor.
Sebatian Salat – Comecei na indústria do jogo há mais
de 30 anos na CIRSA, desenvolvendo suas primeiras máquina de jogo para
cassinos. A companhia acreditou em mim e estive à frente de sua linha de
productos para cassinos durante quase quinze anos. Tivemos um grande éxito e
conquistamos uma importante presença em todo o mundo. Em 2000 fui contratado
pela empresa americana WMS, fabricante líder de máquinas de cassino e
vídeoloterias, que me incumbiu de cuidar da expansão internacional da empresa. Até então ela não
tinha negocios fora dos Estados Unidos e Canadá. Durante quinze anos fui
presidente da WMS Internacional e membro do Conselho Executivo. Com minha
equipe, conseguimos fazer com que a WMS hoje seja reconhecida em todos os
continentes. Ao deixar a WMS em 2015 estive avaliando se iria seguir a carreira
de consultor ou se assumiria novamente responsabilidades executivas, até que
Johnny Ortiz me convidou a juntar-me ao incrível projeto de tornar a Zitro um
líder global da indústria, na posição de CEO. E aqui estou, há um ano, feliz e
comprometido em ajudar a Zitro a alcançar este objetivo.
Quais
são os seus projetos mais importantes nesta atividade?
A
natureza do meu trabalho na Zitro é a mesma dos anteriores, ou seja, a busca de
ofertas comerciais diferenciadas e competitivas e a criação e gestão de equipes profissionais para que este
conjunto leve à expansão da empresa para
novos mercados, a busca por diversificação do negócio para reducir sua
vulnerabilidade e o aumento de sua participação no mercado e a rentabilidade da
Zitro. Além disso, por ter trabalhado para empresas operadoras, fabricantes e
em linhas de produtos tão diversas como máquinas de vídeo slots, máquinas AWP,
vídeo loterias, sistemas, cassinos temáticos e jogo social, me foi dada a
oportunidade de possuir uma bagagem bastante relevante e que, agora, posso
colocar à serviço da Zitro.
Em quais
mercados mais você atuou?
Durante
toda minha trajetória profissional me dediquei à expansão internacional dos
negocios que dirigía. Foram muitos anos nos quais tive o privilégio de atuar em
praticamente todos os mercados onde o jogo está regulamentado. Tive
responsabilidade direta na criação de negocios em mercados tão diversos como
podem ser o europeu, o asiático, o sul-africano, o australiano ou o
latino-americano. E de forma indireta, como membro do Conselho Executivo da
WMS, também atuei no importante mercado americano. E confesso que sempre tive
um carinho especial pelo mercado latino, não só por mina afinidade cultural,
mas também pelo enorme potencial de negocios na região.
Como se
sentiu ao ser nomeado CEO da Zitro, uma companhia nova mas com um excelente
expertise em soluções tecnológicas e muito conhecimento do mercado do Brasil?
Ser CEO da Zitro é uma verdadeira honra e trabalhar
com Johnny Ortiz é um grande privilégio. Ajudar a Zitro crescer é uma meta fascinante
e os primeiros resultados já podem ser vistos. Em alguns meses passamos de
líder do mercado de vídeo bingo para um provedor diversificado, com outras
linhas de productos, como os vídeo slots Bryke ou os sistemas de bingo de sala
BET. E isso aconteceu ao mesmo tempo em que mantivemos nossa liderança no vídeo
bingo. Também diversificamos nosso negócio do ponto de vista geográfico,
aumentando nossa presença na Europa, América Latina e Ásia. Acredito que nos
últimos doze meses conseguimos reunir evidências suficientes que confirmam
nosso compromisso na consecução do nosso objetivo: fazer da Zitro um líder
global da industria do jogo.
Quando
chegou à Zitro imaginava que máquinas de bingo teriam a aceitação que têm hoje?
As dificuldades nos obrigam a ser melhores e foi justamente isso que
aconteceu com a Zitro quando o mercado brasileiro foi fechado. Zitro teve que
inovar em produto e ver como poderiam ser desenvueltos mercados que não
existiam naquele momento para tentar repetir o éxito que teve com o vídeo bingo
no Brasil. E assim nasceu o mercado mexicano e o mercado de bingo espanhol, que
deu um empurrão tremendo ao negócio do bingo na Espanha. Mas a Zitro não se
limitou a ofertar nestes novos mercados produtos similares aos que ofertava no
Brasil, mas enriqueceu o vídeo bingo com jogos de conteúdo mais lúdico, novas
plataformas, sistemas de prêmios progressivos, novas funcionalidades e sistemas
promocionais. Com tudo isso, a Zitro fez do vídeo bingo uma nova categoría de
jogo que conta hoje com grande aceitação em qualquer cassino do mundo.
Como
você via o mercado brasileiro nos anos 90 e 2000? Acreditava que era um bom
mercado?
O Brasil foi um excelente mercado e un motor enorme para a indústria do
jogo mundial, pois promoveu o nascimento do vídeo bingo como categoría de jogo
e na geração de novas companhias, como a Zitro, que competem em escala global.
Que lhe
parecem as discussões em nosso Congresso Nacional com vistas a aprovar uma lei
para o setor de jogos?
Não me sinto em condições de avaliar tais discussões.
Com certeza elas devem levar em conta a idiossincrasia brasileira e na situação
política tão particular pela qual atravessa o país. Com todo o respeito, apenas
o que posso pedir aos congressistas é que façam o possível para regular o
quanto antes uma industria que, repetidamente, tem demonstrado ser um motor da
inovação tecnológica, da criação de empregos e do crescimento econômico.
Você credita
que teremos uma lei ainda no primeiro semestre de 2017?
Oxalá que a tenhamos o quanto antes. O Brasil precisa
tanto de uma lei do jogo quanto a indústria a deseja.
Quais são
seus planos para a chegada de uma lei no Brasil?
O Brasil não é um mercado desconhecido para a Zitro. O
mercado já existiu e nosso presidente foi naquela época um dos maiores
operadores e provedor. Conhecemos o gosto dos clientes brasileiros e é muito
previsível que pensemos que teremos uma parte significativa do mercado, que não
me atrevo a cifrar. Apenas precisamos que a atividade se regule de forma que
seja viável tanto do ponto de vista operacional quanto fiscal.
Fonte: Exclusivo GMB
Autor: Gildo Mazza