O ministro comentou sobre a missão especial que esteve em Las Vegas no ano passado, muito produtiva na sua avaliação. “Fomos recebidos pelo governo americano. Era uma missão composta por nós, na época eu era presidente da Embratur, e representantes da Câmara dos Deputados e do Senado. Tivemos acesso ao controle dos resorts integrados. Resort integrado é um equipamento turístico que tem centro de convenções, hotelaria, lojas...”, descreveu.
Ao falar de resorts, deu como exemplo o The Venetian, do grupo Las Vegas Sands. “Eles têm um centro de convenções que roda por semana 180 mil pessoas. No hotelzinho dele não cabe porque só tem onze mil quartos. Mas ele lota todos os hotéis no entorno. Fora isso, há mais de 200 lojas, restaurantes, dois teatros que fazem shows ao mesmo tempo. Quando a gente estava lá tinha dois shows ao mesmo tempo do Willie Nelson e do Rod Stewart na mesma hora e todos os dois lotados. Sem contar as piscinas… E tem a parte dos resorts dos cassinos, que representa 24% do faturamento de um resort integrado”.
Sobre o controle, Gilson Machado comentou é feito pelo governo americano e muito bem controlado. “Aquele que é viciado em jogo não consegue jogar lá. Eles identificam e o tiram. Então se montarem um cassino aqui ou na Argentina e fizerem uma coisa errada aqui, ele perde a concessão lá por causa do compliance. Ele montou cassino em Singapura o governo americano fiscaliza o mundo todo essa parte”.
Embora tenha recebido uma série de dados e informações sobre a atividade de jogos em Las Vegas, por intermédio da Universidade de Nevada, o ministro do Turismo afirmou que a decisão caberá aos parlamentares. “Tem vários projetos no Congresso Nacional. Um deles é o do Senador Irajá Abreu, muito semelhante ao dos americanos. Agora, a hora que o Brasil abrir para isso, nós temos já dados que vão vir mais de US$ 30 bilhões para serem investidos no Brasil assim… automaticamente”.
Na sua avaliação, os resorts integrados não irão se espalhar pelo Brasil. “A região hoje que os donos dos cassinos escolheriam seriam aqui em São Paulo e no Rio de Janeiro porque estão pertos de aeroportos. Las Vegas passou 90 anos para virar Las Vegas. Não é você chegar hoje em uma região pobre do Brasil, como no Nordeste, que não tem estrutura e não tem nada. Você vai demorar 20 anos pelo menos para poder construir um aeroporto e construir tudo”, avaliou Gilson Machado.
Fonte: GMB