Vermelho disse que o turismo foi um dos setores mais afetados pela pandemia e citou relato do presidente da Comissão de Turismo, deputado Bacelar, que também preside a Frente Parlamentar Mista para aprovação do Marco Regulatório.
De acordo com o levantamento, os prejuízos no setor turístico em um ano, somam R$ 290 bilhões, além da eliminação de quase 400 mil postos de trabalho formais.
Existem cinco projetos tramitando no Congresso, que tornam o jogo legal. O mais completo é o 442/91, também conhecido como Marco Regulatório dos Jogos que aguarda votação do plenário da Câmara. A Comissão de Turismo pretende agilizar o processo de votação intercedendo junto ao presidente Arthur Lira.
“Nós precisamos construir as bases para a retomada do turismo do Brasil e a aprovação do Marco Regulatório será de fundamental importância. O Marco Regulatório defende não apenas a reabertura de cassinos, mas a legalidade de todas as modalidades de jogos, como bingos, jogo do bicho, vídeo-slots e jogos online”, acrescenta Vermelho.
O deputado citou um levantamento do Instituto Jogo Legal, segundo o qual cerca de 200 mil brasileiros saiam do país para jogar em cassinos de todo mundo antes da pandemia. “Com isso, o Brasil exporta jogadores, consumo, dividendos, empregos e divisas que poderiam permanecer aqui se os cassinos fossem legalizados”, disse Vermelho.
Ele recorda que os cassinos funcionam nos países vizinhos como o Paraguai, Argentina e Uruguai. “É preciso acabar com a hipocrisia. Não tem mais sentido o Brasil manter a proibição, até porque boa parte dos jogos funciona na clandestinidade”, argumenta.
O deputado defende a instalação de cassinos junto a resorts e hotéis de luxo que fariam grandes investimentos para promover shows artísticos e culturais, movimentando outros setores da economia e trazendo divisas ao país.
Perdas e momento propício para legalização de cassinos
“Segundo estatísticas, o Brasil deixa de arrecadar entre R$ 16 a R$ 18 bilhões por ano pela falta de regulamentação dos jogos”, explica o deputado. Para ele, a cadeia produtiva também seria beneficiada, gerando empregos para taxistas, motoristas de vans, garçons e trabalhadores em hotéis.
Atento às movimentações políticas em Brasília, o deputado Vermelho diz que após a reforma da Previdência, a atenção dos poderes estão se direcionando a outros segmentos, Entre eles, a reforma tributária e a liberação dos jogos.
O presidente Bolsonaro não era simpatizante ao movimento pela legalização dos jogos, mas pode dar o “sinal verde” se os cassinos forem integrados a resorts e hotéis de luxo que poderia render bilhões aos cofres públicos
Esse sistema de cassino-resort já funciona com sucesso nos EUA. “Existem muitos empresários interessados em investir nesse ramo no Brasil. O momento é propício e nós precisamos concretizar essa proposta”, conclui Vermelho.
Empresário brasileiro investe no exterior
O empresário brasileiro Johnny Ortiz, fundador e presidente da Zitro, uma das líderes mundiais na fabricação e desenvolvimento de slots, vídeo-bingo e jogo interativo, teve que desenvolver suas atividades fora do país porque aqui o jogo é proibido.
“É um absurdo eu ter de sair do meu país para ter sucesso no exterior. Hoje temos em nossa unidade europeia 300 engenheiros, o que demonstra nossa força enquanto empresa geradora de empregos. A Zitro quer trazer sua expertise para o Brasil e oferecer milhares de empregos e altas somas de impostos”, disse ele ao Games Magazine Brasil.
O empresário diz que o Brasil recebe cerca de 6 milhões de turistas ao ano e Andorra, um pequeno país da Europa, onde o jogo é liberado, recebe 12 milhões. De acordo com o Instituto Jogo Legal, o mercado dos jogos nos Estados Unidos gera 1,7 milhão de empregos/ano e movimenta US$ 74 bilhões/ano.
Dos países signatários da ONU, 75,5% autorizam bingos e/ou cassinos. O Brasil, apesar de ter um potencial turístico invejável, mantém os jogos na clandestinidade.
Fonte: Jornal Tribuna Popular