Na moeda local, a queda das grandes apostas foi de 4,8 bilhões de patacas, justificada, em parte, pela crise da pandemia de covid-19 que levou os grandes apostadores a afastarem-se daquele segmento de negócio.
Aliás, o histórico mostra que o primeiro trimestre do ano é, segundo a Lusa, tradicionalmente uma época alta para o turismo da região chinesa, sobretudo devido às celebrações do Ano Novo Lunar. Mas o resultado do jogo VIP, nos três primeiros meses de 2022, foi o mais baixo desde o segundo trimestre de 2020, altura em que grande parte da China continental, o principal mercado dos cassinos de Macau, estava em confinamento devido à pandemia de covid-19.
A queda nas salas de grandes apostas foi quase duas vezes maior do que a registrada em toda a indústria do jogo em Macau, cujas receitas caíram 24,8% no primeiro trimestre deste ano.
Só em novembro do ano passado, a indústria do jogo de Macau foi afetada pela queda do maior angariador de apostas VIP do mundo, a Suncity, quando as autoridades de Macau decretaram a prisão preventiva do seu diretor executivo, Alvin Chau.
Poucos dias depois, conta a Lusa, a Suncity anunciou o fim das operações relacionadas com os angariadores de jogadores, já depois de, em 30 de novembro, ter encerrado as salas de jogo VIP em Macau, sendo que o grupo estava presente em mais de 40% dos cassinos do território.
Em 30 de janeiro, a Polícia Judiciária de Macau anunciou a detenção de mais dois empresários por suspeitas de exploração ilícita do jogo, lavagem de dinheiro e associação criminosa, incluindo o líder do grupo Tak Chun, que possui uma licença para operar como junket.
A cronologia dos fatos prossegue. Também em março, mais um promotor de jogo de Macau, o Macau Golden Group, parceiro histórico da SJM, anunciou o encerramento da atividade, isto de acordo com o site especializado em jogo GGRAsia.
O número de licenças de promotores de jogo em Macau emitidas para este ano pela Direção de Inspeção e Coordenação de Jogos caiu de 85 para 46.
O jogo representa cerca de 80% das receitas do governo e 55,5% do Produto Interno Bruto (PIB) de Macau, numa indústria que dá trabalho a mais de 80 mil pessoas, ou seja, a 17,23% da população empregada.
Fonte: Forbes África Lusófona