MIÉ 27 DE NOVIEMBRE DE 2024 - 18:48hs.
Portugal

Por migração de clientes para as apostas online, cassinos retomam jogo mas 28% abaixo de 2019

Os 11 cassinos portugueses geraram receitas de jogo de 53,3 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano, um aumento de 858% face a igual período de 2021. Mas esta comparação não ilustra a realidade da atividade, penalizada nestes últimos dois anos pelas restrições devido à pandemia. É que diante dos três primeiros meses de 2019, exercício sem a sombra da covid-19, o negócio apresentou um decréscimo de 28%. O setor admite desvio de clientes para as apostas online e jogos sociais.

"O primeiro trimestre de 2022 traduz-se numa comparação aparentemente muito favorável com o período homólogo do ano anterior, mas é preciso ter em mente que, em 2021, os cassinos funcionaram poucos dias em janeiro, tendo permanecidos fechados durante a totalidade dos meses de fevereiro e março", com exceção da sala de máquinas da Madeira, destaca fonte oficial da associação do setor.

O exercício de 2021 ficou marcado por uma quebra de 55% nas receitas face ao ano pré-pandêmico e, agora, já sem encerramentos ou restrições de horários, "ainda só conseguimos reduzir esse decréscimo para -28,05%" face ao mesmo período de 2019, observa.

No primeiro trimestre deste ano, apenas o cassino de Troia conseguiu gerar receitas de jogo superiores às obtidas em igual período de 2019. A sala explorada pela Oxy Capital apresentou um crescimento de 50,2%, para 1,8 milhões de euros. Mas os “gigantes” do jogo em Portugal não tiveram a mesma sorte.

A sala de Lisboa, que desde a sua abertura, em 2006, lidera as apostas em jogo de fortuna e azar no país, apresentou neste trimestre uma queda de 28%, totalizando 14,6 milhões de euros em comparação com 2019. O cassino do Estoril registrou uma queda ainda mais acentuada, superior a 32%, fixando-se os proveitos em quase € 10 milhões. Mais ao norte, Espinho apurou 8,6 milhões de euros, uma queda de 26,5% quando comparado com o primeiro trimestre de 2019.

Numa análise por concessionárias, verifica-se que o grupo Estoril Sol (explora os cassinos de Lisboa, Estoril e Póvoa de Varzim) contabilizou proveitos de 32,2 milhões de euros entre janeiro e março deste ano, o que traduz uma queda de 30% face a igual período de 2019.

A Solverde (que detém as salas de Espinho, Chaves, Praia da Rocha, Vilamoura e Monte Gordo) registrou 15,2 milhões de euros, menos 26%, tendo por base o mesmo comparativo. A Amorim Turismo, que responde pela sala da Figueira da Foz, apresentou um decréscimo de 32%, para € 2,5 milhões. Por último, o grupo Pestana, responsável pelo cassino da Madeira, viu a atividade cair 35%, cifrando-se em 1,4 milhões de euros.

Fonte: Dinheiro Vivo