“O Ministério da Economia esteve presente no Brazilian iGaming Summit e disse que estão analisando aspectos técnicos e ouvindo o mercado para ajustar as regras das apostas esportivas. Oras, estamos há quase quatro anos com uma lei aprovada esperando pela regulamentação e se fala em ouvir. Ouvir o que? Há quase 80 anos os cassinos foram fechados e agora uma lei está engavetada no Senado. Isso mostra o quanto estamos atrasados e acho que os eleitores deveriam dizer não a todos os que impedem o avanço de uma atividade econômica rica e com grande impacto social”, disse Paulo Saad, presidente do Grupo Bandeirantes de Comunicação, um dos mais importantes do Brasil.
Para o empresário, hoje o jogo está em todos os cantos do Brasil, até mesmo nos bares da esquina e ninguém paga imposto nem contribui para o país com empregos formais, “enquanto vemos essa importante indústria, no mundo inteiro, fazendo isso e atraindo turistas em diversas jurisdições onde há cassinos em grandes resorts, assim como cassinos turísticos e salas de máquinas”, disse.
Roberto Regianini, CCO da FBM, reforçou que ninguém é beneficiado com a falta de regulamentação do jogo. “O governo não arrecada impostos, os empregos formais não acontecem e o turismo fica estagnado”, comentou, lembrando que durante muito tempo a regulamentação das apostas esportivas foi discutida, ao mesmo tempo que a legalização de outras modalidades de jogos, como cassinos, bingos e jogo do bicho. “São mais de 500 mil empregos que deixam de ser gerados. Está na hora de colocarmos o Brasil na vanguarda e trazer a indústria do entretenimento para nosso país”, destacou.
Paulo Saad convidou Regianini a falar sobre a importância do compliance com vistas ao combate à lavagem de dinheiro. O executivo destacou que no mundo inteiro há muita tecnologia à disposição e os operadores adotam essas práticas e são muito bem controlados. “É possível controlar online toda a operação de jogos e acompanhar real-time a movimentação financeira do setor”, garantiu.
Iuri Castro, subsecretário de Advocacia da Concorrência e Competividade do Ministério da Economia, acompanhando o painel, foi questionado sobre o quanto o Ministério da Economia vem acompanhando essa questão. Ele disse que “o Brasil está trabalhando no sentido de manter as melhores práticas internacionais de jogo responsável, inclusive quanto ao combate à lavagem de dinheiro”. Para ele, o governo está muito focado na regulamentação das apostas esportivas, “mas podemos migrar o conhecimento que adquirimos para eventuais outras modalidades de jogos, abrangidas pelo projeto de lei em discussão no Senado, quando chegar o momento”.
Paulo Saad disse que o Brasil já passou do momento de tratar a questão das apostas esportivas e jogos em geral: “Somos um dos poucos países da América Latina que ainda está sem uma operação legal e oficial. Isso é lamentável, pois dá para ver a força do setor com as apostas esportivas atuando de forma bastante ativa no país sem contribuir com impostos e empregos formais”.
Regianini lembrou que o Brasil é uma das 10 maiores economias do mundo e está mais do que na hora de parar de se achar o ‘patinho feio’ e que não tem condições técnicas para controlar o setor. “O Brasil não pode perder o bonde da história. Com todos os avanços tecnológicos, não há o que falar de falta de competência técnica para regular os jogos”, finalizou.
Fonte: Exclusivo GMB