MAR 26 DE NOVIEMBRE DE 2024 - 17:21hs.
Com o fim da política “zero covid”

Fitch prevê que economia de Macau recupere 48% este ano

De acordo com dados oficiais, o Produto Interno Bruto (PIB) de Macau contraiu 26,8% em 2022, sobretudo devido a uma queda de 51,4%, para 4,86 bilhões de euros nas receitas do jogo, a indústria dominante da região chinesa. Num comunicado, a Fitch disse acreditar que elas irão “recuperar para cerca de metade do nível de 2019”, ano em que atingiram 33,7 bilhões de euros.

Nos primeiros dois meses deste ano, as receitas dos cassinos em Macau atingiram 2,54 bilhões de euros, mais 55,3% do que em igual período de 2022, e a melhor marca dos últimos três anos.

Os analistas da Fitch apontaram para o levantamento das restrições de controle da pandemia, em meados de dezembro, e a retomada das excursões organizadas vindas da China continental, em 6 de março.

A agência disse que o número de visitantes deverá “aumentar significativamente” este ano, também graças à diminuição dos “obstáculos à capacidade” de acolher turistas e ao aliviar da “escassez de mão-de-obra”.

Desde o início da pandemia e até ao final de janeiro, Macau perdeu quase 44.700 trabalhadores sem estatuto de residente (11,3% da população ativa), de acordo com dados oficiais.

O setor da hotelaria e restauração foi o mais atingido, tendo perdido mais de 17.600 funcionários não residentes desde dezembro de 2019.

O secretário para a Economia e Finanças de Macau, Lei Wai Nong, reconheceu em fevereiro que os hotéis locais têm sentido falta de pessoal e garantiu que iria negociar com as empresas ligadas ao turismo para “resolver o problema que o setor está enfrentando".

Apesar da recuperação econômica, a Fitch previu hoje que o território continuará a apresentar um défice no orçamento, pelo quarto ano consecutivo, que deverá cair de 35,5% do PIB em 2022 para 10,5% este ano.

Ainda assim, a agência manteve o ‘rating’ de Macau em ‘AA’, o terceiro nível mais elevado, lembrando que é a única jurisdição sem qualquer dívida externa e que conta com uma reserva financeira no valor de 65 bilhões de euros.

A Fitch disse também que a diversificação da economia de Macau para além dos cassinos “vai permanecer lenta” este ano, devido às “limitações da mão-de-obra e lacunas de competência”.

As autoridades da região administrativa especial chinesa têm apontado as relações econômicas com os países de língua portuguesa como uma das prioridades para reduzir a dependência dos cassinos.

Fonte: Impala News/Lusa