Nos primeiros dois meses deste ano, as receitas dos cassinos em Macau atingiram 2,54 bilhões de euros, mais 55,3% do que em igual período de 2022, e a melhor marca dos últimos três anos.
Os analistas da Fitch apontaram para o levantamento das restrições de controle da pandemia, em meados de dezembro, e a retomada das excursões organizadas vindas da China continental, em 6 de março.
A agência disse que o número de visitantes deverá “aumentar significativamente” este ano, também graças à diminuição dos “obstáculos à capacidade” de acolher turistas e ao aliviar da “escassez de mão-de-obra”.
Desde o início da pandemia e até ao final de janeiro, Macau perdeu quase 44.700 trabalhadores sem estatuto de residente (11,3% da população ativa), de acordo com dados oficiais.
O setor da hotelaria e restauração foi o mais atingido, tendo perdido mais de 17.600 funcionários não residentes desde dezembro de 2019.
O secretário para a Economia e Finanças de Macau, Lei Wai Nong, reconheceu em fevereiro que os hotéis locais têm sentido falta de pessoal e garantiu que iria negociar com as empresas ligadas ao turismo para “resolver o problema que o setor está enfrentando".
Apesar da recuperação econômica, a Fitch previu hoje que o território continuará a apresentar um défice no orçamento, pelo quarto ano consecutivo, que deverá cair de 35,5% do PIB em 2022 para 10,5% este ano.
Ainda assim, a agência manteve o ‘rating’ de Macau em ‘AA’, o terceiro nível mais elevado, lembrando que é a única jurisdição sem qualquer dívida externa e que conta com uma reserva financeira no valor de 65 bilhões de euros.
A Fitch disse também que a diversificação da economia de Macau para além dos cassinos “vai permanecer lenta” este ano, devido às “limitações da mão-de-obra e lacunas de competência”.
As autoridades da região administrativa especial chinesa têm apontado as relações econômicas com os países de língua portuguesa como uma das prioridades para reduzir a dependência dos cassinos.
Fonte: Impala News/Lusa