Embora a sede da Enjoy sempre tenha recusado a ideia de se livrar do renomado estabelecimento uruguaio, a atual conjuntura marcada por perdas sustentadas no primeiro trimestre do ano levou à decisão de venda.
Interessados em comprar o cassino no Uruguai sempre existiram. Mas todos os proprietários que tinham o controle da Enjoy se recusaram. Agora, a operação está a cargo da Asset Chile, empresa que entrou no mercado com sinal de venda.
Embora durante a reorganização financeira da empresa sempre tenha sido descartado se desfazer daquele lugar no Uruguai a que chegaram em 2013, as condições atuais mudaram o panorama e os novos donos da Enjoy, Euroamérica e Penta, buscam ganhar dinheiro ou recuperar o investimento que fizeram.
A fusão com a Dreams foi a oportunidade de ouro para aproveitar a saída, mas a demora da autoridade antitruste, com a qual declararam que a empresa foi despejada, e uma possível investigação por conluio entre executivos do mundo dos cassinos – entre eles Enjoy e Dreams – os fez buscar opções em suas operações no exterior. E Punta del Este era o candidato ideal, depois de vender seu negócio em Mendoza, na Argentina, no ano passado.
A Asset Chile é a empresa que trabalhou com os credores na reorganização financeira da Enjoy e com eles permaneceu quando se tornaram proprietários. Foi este mesmo agente que este mês saiu em busca de investidores locais e estrangeiros para oferecer a propriedade do cassino.
O preço não está claro, mas a Enjoy gostaria de recuperar pelo menos uma parte do que investiu. Em 2013, quando compraram 45% do imóvel, desembolsaram US$ 139 milhões; e em 2017 compraram o restante por US$ 189 milhões: US$ 328 milhões. A isto devem juntar todos os investimentos que fizeram, mas também todas as dívidas que o cassino adquiriu para o seu funcionamento.
Consultados diretamente com a Enjoy, eles disseram que até o momento não iniciaram um "processo formal de venda", no entanto, no mercado, vários players já receberam a ligação da Asset Chile.
A empresa enfatizou que está focada em planos estratégicos de longo prazo para retomar a rentabilidade, “por isso estão sempre analisando novas alternativas de negócios tanto no Chile como em outros mercados, não descartando uma possível parceria ou venda de ativos como uma das alternativas possíveis.”
Acrescentaram que, após a reorganização, “a pandemia teve efeitos mais longos e profundos do que os estimados na época, portanto, uma vez concluída a fusão que não se concretizou, o Conselho de Administração e a administração têm trabalhado em planos estratégicos de longo prazo para retomar a lucratividade, análise de alternativas para uma operação estratégica que permita alcançar os mesmos objetivos traçados na descartada fusão com a Dreams, como fortalecer o balanço da companhia.”
Por fim, afirmaram que “hoje o foco da Enjoy é retomar projetos de eficiência e geração de valor que contribuam com seus objetivos estratégicos, como a automação de processos e a implementação de tecnologias para potencializar diretamente a geração de renda”.
Fonte: GMB/DF More
