O senador Irajá (PSD-TO) esteve no SBC Summit Latinoamérica 2024, onde participou do painel “A Roadmap to Land Based Casino in Brazil”. Para um auditório lotado, discorreu sobre a importância da aprovação do PL 2.234/2022, que legaliza cassinos, bingos e jogo do bicho no Brasil.
Irajá destacou que o PL passou por inúmeros ajustes nas comissões do Senado e que está bastante maduro para ir a Plenário. O senador afirmou que todos os países que legalizaram os jogos tiveram aumento expressivo no número de turistas e que a atividade levou riqueza a eles, tanto na forma de investimentos quanto na arrecadação de empregos e geração de impostos.
Após sua participação no painel do SBC LatAm, o senador Irajá concedeu uma entrevista exclusiva ao GMB, que pode ser conferida abaixo.
Games Magazine Brasil – Senador, quando o projeto que legaliza cassinos, bingos e jogo do bicho vai a voto no Plenário do Senado?
Senador Irajá – Estou muito confiante de que nós vamos votar, finalmente, no Plenário do Senado Federal ainda neste ano. O presidente Rodrigo Pacheco, que comanda os trabalhos na Casa, está convencido da importância desse projeto para o país e de entregar essa agenda social e econômica, um novo ambiente de negócio aos brasileiros já no início do ano que vem.
Há uma sinalização do próprio presidente da República de que, se aprovado no Senado, ele irá sancionar esse projeto porque entende o quanto é importante para nossa economia, para a geração de mais de 1 milhão e meio de empregos, mais de R$ 100 bilhões em novos investimentos no Brasil, além da geração de mais de R$ 20 bilhões em impostos que serão distribuídos em todo o país, entre os Estados, Municípios, a saúde e o esporte.
Portanto, esse tema está pronto e maduro para ser avaliado e discutido pelos senadores e, claro, a gente formar a convicção e a maioria para que essa matéria seja aprovada e finalmente esse tema, depois de 33 anos discutido no Congresso, possa finalmente trazer à luz do dia uma atividade tão importante para a economia brasileira.
Os próprios Ministérios já endossaram o seu projeto, como o Ministério do Turismo. E o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, esteve contigo apoiando o projeto. Não tem por que não votar?
Estamos diante de um empasse. Ou tapamos o sol com a peneira e fazemos de conta que o jogo não existe e continuamos com o jogo funcionando de forma clandestina, ilegal e sob o comando do crime organizado, ou enfrentamos o tema e aprovamos o jogo responsável, que é aquele depurado pelo poder público, fiscalizado, tributado e que gere milhões de empregos.
É isso que estamos defendendo: trazer gente séria para esse mercado, gente idônea, empresas idôneas, empresas que vão contribuir com o crescimento econômico do país.
Na sua avaliação, quando será o momento do corte da fita de inauguração de um cassino turístico no Brasil?
Eu espero que logo. Por isso é importante aprovarmos a legislação e que ela seja regulamentada já no ano que vem, com a organização que o governo federal fará através do Ministério da Fazenda, o Ministério do Turismo possa apresentar ao mercado os editais. Porque uma vez os editais na praça, as empresas participarão e aquelas que vencerem as concorrências, os investimentos começarão a acontecer na vida real, com a construção civil sendo aquecida, gerando o aquecimento da economia real, no comércio, no serviço e também na indústria de hotéis brasileira.
Então, no próximo ano começa a regulamentação propriamente dita?
Uma vez aprovado, o texto apresenta um prazo de até um ano para regulamentação, mas eu estou muito convencido de que o governo federal fará num tempo muito mais célere porque é de interesse do governo que esses investimentos aconteçam logo, porque geram empregos, renda e impostos, além das outorgas dos leilões.
Sem contar que isso acabará com os problemas negativos que um setor não regulamentado e não legalizado tem!
Isso. Dá um basta ao jogo clandestino e ilegal, que continua funcionando no Brasil.
Demorou muito tempo para isso acontecer?
Já poderíamos ter avançado com esse tema há mais tempo assim como fizeram quase todos os países da OCDE. De 38 países, só a Islândia ainda não aprovou o jogo responsável. No G20, do qual o Brasil faz parte, das 20 maiores economias, apenas o Brasil e a Indonésia.
Todos os demais países já legalizaram o jogo responsável e tiveram, na sua grande maioria, o fluxo de turistas dobrado em 5 anos. Só para dar um exemplo, a cidade-estado de Singapura, no ano de 2009, quando foi implementado o resort integrado, recebia em torno de 8 milhões de turistas por ano e agora, 14 anos depois, já recebe 19 milhões de turistas.
Então, esse é um bom exemplo e aconteceu também em outros países que legalizaram o jogo. do que aconteceu em outros países. Esse exemplo vai se refletir no Brasil também.
Hoje é mais do que o dobro dos turistas que vão ao Brasil por ano e com tantas belezas!
O Brasil foi agraciado por Deus pelas belezas naturais. Acho que nenhum país reúne tantas coisas boas como o Brasil: as praias do Nordeste, o Pantanal, a Amazônia, as belezas naturais do Rio de Janeiro, a região Sul e o Jalapão, no meu estado, o Tocantins.
Dificilmente você vai encontrar um único país que ofereça tanta diversidade como o Brasil. É uma pena que a gente não tenha aproveitado essa oportunidade dos resorts integrados até hoje. Isso vai impulsionar o turismo brasileiro e nós, que estamos patinando e recebendo apenas 6 milhões de turistas por ano, a nossa perspectiva é que o Brasil dobre esse número num curto espaço de tempo, em torno de 5 anos.
Quantos cassinos você acredita que teremos no Brasil com a legalização do setor?
No projeto há a previsão da instalação de 34 cassinos em resorts integrados. É um por estado, exceto estados como São Paulo, Rio, Minas e Bahia, que são mais populosos, com duas ou três licenças. Ao todo serão 34.
E quanto aos cassinos turísticos?
A cada cassino em resort integrado é admitida a possibilidade de mais um turístico. Ou seja, estamos falando em torno de 68 estabelecimentos no total.
Senador, toda a indústria agradece o trabalho magnífico que você fez ao longo desse período e que sejamos realmente vitoriosos.
Muito obrigado pelo apoio, pela confiança, e vamos continuar a luta que ainda não acabou. Vamos aprovar no Plenário do Senado Federal e entregar uma legislação moderna, um novo ambiente de negócio ao Brasil, que vai impulsionar o turismo brasileiro e tornar o Brasil uma grande potência no turismo internacional.
Fonte: Exclusivo GMB
