SÁB 6 DE JULIO DE 2024 - 03:37hs.
Reforma tributária

Equipe econômica avalia propor taxação de jogos de azar com imposto seletivo

A equipe econômica está avaliando propor a taxação de jogos de azar com o imposto seletivo, o qual já foi aprovado no âmbito da reforma tributária, mas o texto ainda precisa ser regulamentado. A CCJ do Senado Federal votou, na última semana, o projeto que libera bingo, jogo do bicho e cassino. O presidente Lula afirmou que se passar no Congresso, ele sancionará a proposta.

"É uma demanda de alguns deputados e nós estamos avaliando se faz sentido ou não. De novo, é a mesma questão que vem no caso do cigarro. Você tem que tributar sim, faz mal para a saúde, todo mundo sabe. Mas se você errar na mão, você estimula muito contrabando (jogos irregulares)", disse o secretário extraordinário do Ministério da Fazenda para a reforma tributária, Bernard Appy.

Então, a questão é saber como e se se faz sentido essa tributação e calibrar isso de forma adequada. A gente está fazendo junto com a Secretaria de Apostas lá do Ministério (da Fazenda)".

O secretário acrescentou que ainda não há nenhuma posição definida pelo Ministério da Fazenda. "Mas, a pedido dos parlamentares, a gente tá fazendo essa avaliação sim (de taxar com o imposto seletivo)", declarou ao g1 e à TV Globo.

De acordo com a emenda constitucional aprovada no fim de 2023, o imposto seletivo incidirá sobre a produção, extração, comercialização ou importação de bens ou serviços prejudiciais à saúde ou ao meio ambiente.

Na regulamentação do texto, será detalhado o que poderá ou não ser alvo do imposto seletivo e as alíquotas do tributo. Até o momento, o governo e os estados propuserem a incidência sobre cigarros, bebidas alcoólicas, açucaradas, carros e petróleo.

No caso de vício, os jogos de azar poderiam ser classificados como prejudiciais à saúde. De acordo com estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2016 a perda global anual dos apostadores foi estimada em US$ 400 bilhões.

A dependência pode acarretar problemas de saúde mental, cognição e relacionamentos, além de levar à falência e à criminalidade.

Em 2021, a Comissão de Jogos do Reino Unido estimou a prevalência do distúrbio do jogo compulsivo em 0,4% da população.

Fonte: O Globo