JUE 19 DE SEPTIEMBRE DE 2024 - 11:42hs.
Deve ir a Plenário a partir de agosto

Senadores buscam consenso para votar a legalização de cassinos, jogo do bicho e bingo no Brasil

Os senadores já se preparam para votar a partir de agosto projetos cuja conclusão não foi possível no primeiro semestre. Além de temas prioritários, há outros polêmicos e ainda sem acordo, como a legalização de cassinos, bingos e jogo do bicho. O PL 2.234/2022 deverá ir a Plenário após o fim do recesso parlamentar, que vai até 31 de julho.

Senadores buscam consenso para votar a legalização de cassinos, jogo do bicho e bingo no Brasil

Foto: Jonas Pereira/Agência Senado

Foto: Jonas Pereira/Agência Senado

O projeto da Câmara que autoriza o funcionamento de cassinos, bingos e jogo do bicho no Brasil (PL 2.234/2022) foi aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) em 19 de junho. Depois, recebeu 11 emendas, que precisam de parecer da Comissão antes da votação pelo Plenário do Senado. O texto também permite apostas em corridas de cavalos.

O tema é polêmico. Defensores da aprovação argumentam que, nos países onde os cassinos foram regulamentados, houve benefícios sociais e econômicos. De acordo com o relator, senador Irajá (PSD-TO), a aprovação do texto pode resultar em investimentos de R$ 100 bilhões, com a geração de cerca de 1,5 milhão de empregos diretos e indiretos.

A arrecadação potencial por ano, segundo o senador, pode chegar a R$ 22 bilhões, divididos entre estados, municípios e União.

Os parlamentares contrários ao texto, por sua vez, alertam para o risco de incentivo à ludopatia e crimes, como lavagem de dinheiro, tráfico e prostituição. A votação do texto foi adiada várias vezes na Comissão devido à falta de consenso.

Regras

O projeto cria regras específicas para diferentes tipos de jogos e impõe limites para os estabelecimentos comerciais que podem oferecer cassinos, bingos e jogos do bicho. Haverá, por exemplo, o limite de um cassino em cada estado e no Distrito Federal, com exceção de São Paulo, que poderá ter até três cassinos, e de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Amazonas e Pará, que poderão ter até dois, cada um, em razão do tamanho da população ou do território.

As casas de bingo têm o limite de uma por município, mas que as cidades maiores poderão ter um estabelecimento para cada 150 mil habitantes. Já a exploração do jogo do bicho poderá ser feita, em cada estado e no Distrito Federal, por uma pessoa jurídica a cada 700 mil habitantes. Já as apostas em corridas de cavalos poderão ser exploradas por entidades turfísticas credenciadas junto ao Ministério da Agricultura.

A regulamentação inclui a criação de dois novos tributos: a Taxa de Fiscalização de Jogos e Apostas (Tafija) e a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico incidente sobre a comercialização de jogos e apostas (Cide-Jogos).

Do montante arrecadado, 16% irão para o Fundo de Participação dos Estados, 16% para o Fundo de Participação dos Municípios (FPM), 12% para a Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur), 10% para ações na área do esporte e 10% para o Fundo Nacional da Cultura. O restante será empregado em diversas áreas, entre elas ações de prevenção ao vício em jogos.

Fonte: Agência Senado