O Comitê Olímpico Internacional quer atrair um público mais jovem para as Olimpíadas e está atento à indústria dos games, que evolui e engaja cada vez mais a nova geração. Por isso, os eSports já entraram na mira da entidade, embora não haja uma data para que algo realmente mude.
James Macleod, diretor de relações com os Comitês Olímpicos Nacionais e da Solidariedade Olímpica, entende que a renovação do programa olímpico é um processo irreversível e que “a indústria de games evolui constantemente. Olhamos para estes jogos que estão ligados a esportes e onde há atividade física. No ano passado, lançamos a Série Olímpica Virtual. Vela, ciclismo... Tudo apoiado por federações internacionais", explicou à Folha.
O objetivo do COI é “encorajar que as pessoas pratiquem eSports em vez de jogos como League of Legends. Mas também estamos atentos a isso", afirmou. A entidade quer incentivar a prática de modalidades eletrônicas de esportes tradicionais e disse que “no ano passado, lançamos a Série Olímpica Virtual. Vela, ciclismo... Tudo apoiado por federações internacionais”.
Ele entende que o momento para a discussão desse tema está chegando, mas acredita que as modalidades virtuais que valem para o programa olímpico precisam ter esforço físico, simulando os movimentos reais dos esportes.
O que dificulta a renovação do programa olímpico, irreversível, é que para cada modalidade que entrar, outra deverá sair, na sua opinião. Segundo ele, os eSports estarão em breve nas Olimpíadas, mas ainda não há um formato e modalidades definidas até em função da concordância de alguns e discordância de outros membros do Comitê Olímpico Internacional.
O presidente do Comitê Olímpico do Brasil, Paulo Wanderley, por exemplo, concorda que essa inclusão acontecerá e que isso é inevitável, mas descarta os jogos de “egames” entre as modalidades e que lutará contra ela.
Essa postura condiz com o pensamento de Macleod quanto às modalidades que são esportes virtuais ou apenas jogos eletrônicos. Parte do movimento de abertura para novas e modernas práticas esportivas vem da onda de renovação que chegou com a entrada do skate, escalada e do surfe nos últimos jogos olímpicos e com a inclusão do breaking - ou breakdance - para Paris 2024, que foi um sucesso nos Jogos da Juventude de 2018 em Buenos Aires.
Resta saber quem sairá no futuro para abrir espaço para os esportes eletrônicos. Caratê e beisebol já foram excluídos e em Los Angeles 2028 estão de fora o boxe, levantamento de peso e pentatlo moderno.
O foco no rejuvenescimento do programa olímpico é uma das recomendações da Olympic Agenda 2020+5, publicada no ano passado. Segundo Macleod, o esforço é para fazer com que a lista de modalidades continue interessante e relevante para atrair os jovens. Não é um processo novo, mas que deverá ser acentuado.
Fonte: GMB / Folha / ge