JUE 26 DE DICIEMBRE DE 2024 - 20:03hs.
Fabio Tiberia, CEO da FT Consulting

“Bitcoin precisa ser regulamentado no Brasil para ser o ouro digital do setor de iGaming”

A regulamentação das apostas esportivas e jogos online prevê uma série de proibições nas transações de pagamentos do setor. Uma delas é o uso de criptomoedas. Fabio Tiberia, CEO da FT Consulting e um dos maiores especialistas do tema, afirmou em entrevista exclusiva ao GMB que em breve isso irá mudar e o Brasil regulará o segmento de criptos e o Bitcoin continuará sendo o ouro digital, com previsão de chegar a US$ 300 ou US$ 400 mil em três ou quatro anos.

 

Games Magazine Brasil – Como ficará o mercado de iGaming do ponto de vista das criptomoedas, já que saíram diversas orientações e uma regulamentação a respeito de métodos de pagamento?
Fabio Tiberia –
As criptomoedas são regulamentadas no mundo inteiro, inclusive nos Estados Unidos e em vários países do Oriente. Ainda não está regulamentada no Brasil, mas em um futuro muito próximo, as criptos serão a nova moeda e uma forma de transação nos sites de apostas esportivas.

Enquanto esse momento não chega, como as plataformas que hoje oferecem apostas cripto farão? Elas terão de interromper essa oferta?
Com a nova regulamentação, sim. O governo teve uma estratégia cautelosa, pois as criptos são moedas novas e precisam ser rastreadas e controladas. O governo está estudando protocolos que no futuros serão aplicados. As novas casas, sem licença, não poderão operar com criptomoedas quando estivem aptas a atuar.

Isto neste primeiro momento? No futuro isso irá mudar e o Brasil terá regulamentado o mundo cripto?
Exatamente. O Brasil é um dos países mais desbancarizados atualmente. Há cerca de 45 milhões de pessoas sem conta bancária. Portanto, com as criptomoedas, haverá uma democratização do sistema financeiro. Isso já ocorreu em vários países como Nigéria e África do Sul, onde as pessoas estão utilizando protocolos blockchain, Bitcoin e stablecoin, para transações financeiras.

As pessoas se perguntam: Se eu não tenho conta bancária, como vou ter uma conta cripto?
Porque é um sistema descentralizado e o controle não pertence a um banco. Hoje, nosso sistema financeiro é centralizado para um entidade que define se você tem ou não direito a uma conta bancária. Com a cripto, é possível trabalhar com dinheiro real. O sistema brasileiro às vezes é cruel e com altas taxas de juros para as dívidas em caso de dificuldade do correntista, o banco irá encerrar sua conta. Com criptos, isso não acontece, pois é um protocolo focado em dinheiro real.

No futuro as casas de apostas poderão oferecer apostas em criptos, mas onde estarão essas criptos? O usuário terá um aplicativo onde elas estarão armazenadas?
É isso mesmo. O conceito é esse. O dinheiro estará sob controle direto do usuário, sem intermediários, em uma carteira digital, de forma muito simples. É parecido com o Pix brasileiro, apenas o conceito de custódia, que não fica em um banco, mas sim comigo.

Qual o futuro do Bitcoin, a cripto mais conhecida do mundo?
O Bitcoin é considerado o ouro digital e tem mostrado um crescimento significativo, proporcionando uma forma de transação que não depende de intermediários como os bancos. Em 2018 fiz uma previsão de que ele subiria 1.500%. Estava cotado em US$ 3 mil e hoje vale quase US$ 70 mil. Cresceu muito, pois é uma moeda deflacionária. Os bancos continuam imprimindo dinheiro, que é apenas um papel, e vai perdendo valor com a inflação. O Bitcoin, não sofre isso.

Ele continuará subindo?
Minha previsão é de que daqui a três ou quatro anos chegará a US$ 300 ou 400 mil. E não é uma previsão apenas minha, mas de inúmeros estudiosos. O Bitcoin foi recentemente regulado nos Estados Unidos e as pessoas físicas podem realizar transações e operações de trading com Bitcoin e outras criptomoedas, com instituições financeiras aumentando sua aceitação e uso globalmente.

Fonte: Exclusivo GMB