Thomas Carvalhaes, Managing Director da Vai de Bob, abriu a discussão ressaltando que conhecer o seu cliente é fundamental para o bom andamento de uma estratégia de mercado eficiente. “O que eu recomendo sempre, especialmente quando eu faço consultorias com outras empresas que estão entrando no Brasil é que dados em si são importantíssimos, mas não são a única coisa. A informação é fundamental na formulação de uma estratégia de marketing ou uma estratégia comercial. Pesquisas demográficas, perfil e preferências do usuário, relevância cultural e estar atento a ouvir o que que o seu consumidor quer. Basicamente é isso, você sabe o que seu público-alvo está buscando ou simplesmente define com base no que você acha que é bom?”
“Ou seja, um perfil, uma pesquisa demográfica e análise comportamental do jogador que levar em conta a questão cultural do seu público-alvo, somando isso tudo a dados, a pesquisas mais empíricas a nível de dado não tem como uma estratégia dar errado”.
Eliane Nunes, Head of Marketing & Sales da Salsa Technology, deu dicas para os operadores que trabalham em países diferentes. Segundo ela, entender a cultura de cada região ajuda a empresa a se aproximar dos clientes e conseguir melhores resultados. “É um erro muito constante de pessoas que vem de outros continentes achar que a América Latina é uma massa homogênea”, comentou Nunes.
“Então, até trouxe aqui alguns dados para compartilhar do nosso do mix de produtos. Dos nossos principais clientes na Argentina no nosso agregador tem um percentual de mais ou menos 86% de jogos de slots. O que que acontece no Brasil? O mix de jogos de slots na plataforma ativado pelos operadores é mais ou menos também 85%. Por outro lado, as rodadas, ou seja, os jogos sendo efetivamente jogados, 52% são jogos de Crash. Isso é um fenômeno meio novo. Essa febre no Brasil do jogo de Crash se explica por uma geração de jogadores que foi formada por videogame onde você tem um controle. Nesse tipo de jogo, ele tem essa sensação de que está no controle. Você faz o na hora que que você determina. Então, muito mais interessante e importante do que ter o dado é enxergar esse dado, entender e trazer o resultado disso”, completo.
Rafael Plastina, CEO da Sporttrack Intelligence, falou sobre as estratégias usadas atualmente pelas empresas de apostas esportivas que tem investido no patrocínio aos clubes de futebol. “São vários objetivos que a marca busca ao patrocinar o esporte. E aí quando você pergunta se tem retorno, a principal resposta e a mais honesta é depende do objetivo. No caso da vertical de apostas esportivas nós estamos falando de marcas muito novas que precisam acelerar a sua lembrança, conhecimento, desejo e o consumo”, explicou Plastina.
“Então, hoje eu posso dizer com segurança que um patrocinador tem resultado e acelera a sua lembrança na medida em que investe mais. Então, patrocinar o Corinthians traz muito mais volume e alcance. O nome do time dá a publicidade mais volume alcance e frequência do que o meu Bahia, por exemplo”.
Rodrigo Cambiaghi, Diretor de Advertising e Sales LATAM da Sportradar, ressaltou a importância de conhecer o cliente e os sinais que ele dá para conseguir a sua fidelidade e manter a retenção. “Não é só o produto, mas é também o serviço que está por trás. Uma brincadeira que eu faço aqui, é que tem uma frase que diz que para manter um cliente é seis vezes mais barato do que adquirir um novo. E aí eu brinco tem uma exceção para isso que foi o mercado de apostas em 2022 que era tão barato adquirir jogador ano passado que tinha cliente que estava literalmente perdendo cliente na mesma proporção que ele adquiria.”
“Mas, isso está mudando, eu tenho conversado muito com os clientes sobre isso. Porque assim, estava OK a questão, mas, vamos pensar em ficar velho, vamos pensar como é que a gente faz o cliente gerar resultado ao longo do período. Na Europa, já é bem mais assim, então, os clientes pagam os CPAs aí de 100, 200, 300 euros no primeiro depósito, porque eles sabem que esse aqui a gente vai dar resultado daqui a seis meses. Então, eles pensam num velho muito maior. Então a estratégia na Europa é uma estratégia muito mais focada em retenção do que em atenção. É um caminho que a gente talvez possa ir. Claro é uma coisa muito grande, cultura diferente, mas a estratégia de retenção ela tem que começar a ser pensada agora”.
Fonte: GMB