O interessante painel “Diferenciais competitivos para o operador na escolha de um integrador como parceiro” reuniu importantes players do mercado e reforçou o conceito da localização e que é importante conhecer os costumes dos brasileiros para todos que pretendem atuar no mercado nacional.
Rafael Arantes da Silva, CEO da Zep.bet, relatou a dificuldade de encontrar provedores com uma visão nacional e que consigam entender toda a peculiaridade dos apostadores brasileiros. “Acredito que todas as casas de apostas tiveram o mesmo problema que eu para achar uma solução nacional no início de suas operações. Sempre damos importância para uma solução nacional e não é à toa. Nosso mercado é muito peculiar. Então, quando iniciamos a operação, buscamos um parceiro que nos atendesse nisso”, comentou.
“O comportamento do consumo no Brasil é diferente de todo o mundo. Em nossa busca, gente encontramos um provedor que implantou todo o processo e foi adaptando-o. Como precisávamos de algo mais, fomos para o parceiro com quem estamos até hoje e conseguimos acertar bem a operação. A escolha mais importante para quem quer começar nesse mercado é buscar um parceiro experiente no mercado local e que conheça a cultura e os hábitos dos brasileiros”, destacou.
Matheus Bicalho, diretor comercial da Cactus Gaming, ressaltou a importância de os provedores entenderem o que operadores procuram e se conseguem atender a essas demandas para não prejudicar sua imagem nem a operação dos clientes.
“O mercado é muito preocupado com venda de software, com aquisição de novos jogadores, mas antes é preciso entender bem as necessidades do operador. Precisamos saber se estamos preparados para aquele operador e ter a responsabilidade de passar informação correta sobre nosso produto e onde ele consegue ir”, analisou.
Ele destacou que é muito importante que tudo seja esclarecido nas primeiras negociações para evitar problemas no futuro. “Recebemos uma enxurrada de operadores diariamente que querem migrar por conta de provedores que muitas vezes não conseguem mais atender à sua escala. Isso não tem problema nenhum, mas o provedor precisa ser sincero com o operador sobre ‘eu consigo ir até certo ponto e a partir daí você tem de buscar outras parcerias ou eu precisarei desenvolver mais o meu produto”. Eu acho que é a forma correta de abordagem”, reforçou.
Já para Lenildo Nogueira, CEO do Weebet, o operador também pode pesquisar a trajetória dos provedores e descobrir se eles passam na prova social que vem dos jogadores. “É importante saber se ele vai aguentar a escala, se vai dar suporte, estar em constante atualização e disponibilizando os novos jogos que o mercado está demandando, caso contrário o apostador irá para o concorrente”, comentou.
“Então, para saber disso, uma das coisas que eu costumo falar é para que os interessados em nossa plataforma procurem saber com quem já usa nossa solução, pois a prova social é fundamental. Antes de colocar a plataforma para rodar é importante analisar bastante e pensar no longo prazo”, completou Lenildo.
Jesús Rafael Campos, CEO da BetConnections, relatou sua experiência como um provedor de fora do Brasil, as dificuldades e os caminhos que encontrou para compreender o público atendendo bem os operadores nacionais. “O brasileiro gosta de falar com o brasileiro. Nós que estamos fora temos a tecnologia, mas não falamos o mesmo idioma, não estamos no fuso horário. Temos o desafio de apresentar uma solução fortalecida para o mercado local. Por isso, fizemos associações com empresas locais que podem nos representar, falar o mesmo idioma, entender e resolver os problemas do mercado. Estamos entrando muito lentamente, porém, com sustentabilidade, tentando competir com as empresas nacionais, mas, onde não conseguimos, buscamos parcerias locais que realmente têm valor”.
Laila Mintas, CEO e cofundadora da PlayEngine, fechou o debate dando a sua visão sobre as dificuldades que o mercado brasileiro traz tanto aos operadores quanto aos provedores e que oferecer boa tecnologia é o primeiro grande passo.
“O Brasil ainda não está maduro o suficiente, mas é um grande player. Há uma ‘corrida do ouro’, como vimos quando os EUA abriram alguns produtos em 2018. Então, acho que uma boa tecnologia é fundamental para se começar uma operação. A concorrência irá crescer e o diferencial para o sucesso passa por isso. Um operador deve buscar um parceiro tecnologicamente evoluído e com soluções que permitam entender os dados à sua disposição e o seu cliente, para que possa competir em situação de vantagem. Vimos isso nos Estados Unidos e é uma boa indicação de caminhos que o Brasil pode percorrer, mas não com a opção de copiar e colar e sim com ajustes focados na localização”, concluiu.
Fonte: GMB