SÁB 21 DE SEPTIEMBRE DE 2024 - 00:20hs.
Valter Delfraro Jr., Relações governamentais e desenvolvimento de negócios

“GLI recomenda a operadores que se adiantem à regulamentação e busquem as certificações”

Um dos principais laboratórios globais da indústria do iGaming, a GLI esteve no BiS SiGMA, em São Paulo, quando Valter Delfraro Jr. concedeu entrevista exclusiva ao GMB em seu estande. Para ele, operadores e desenvolvedores de plataformas deveriam buscar as certificações necessárias para se adiantarem à regulação. “Quando chegar o momento, estarão prontos e se houver necessidade, ajustes podem ser feitos”.


Games Magazine Brasil – Você acha que houve uma mudança de paradigmas para o BiS SiGMA Americas? Fale também da participação da GLI no evento.
Valter Delfraro Jr. –
É uma emoção receber em nosso país uma feira deste porte. Nunca vimos nada parecido em toda a América Latina. A GLI, como sempre, está presente, mostrando a importância de todos os processos que envolvem esta indústria. Entre eles, certificação, jogo responsável, segurança e compliance. Para nós, foi um grande evento e reforço a emoção de ver que o Brasil recepciona uma feira como esta, o que levará nossa indústria a um outro nível.

Muitos operadores estão dizendo que assim que sair a regulamentação das apostas esportivas irão buscar certificações como as da GLI. Elas já não deveriam estar fazendo isso?
Não tenha dúvida. A certificação não deve estar somente relacionada à regulamentação. Sabemos que a regulamentação trará vários requerimentos técnicos e norteará uma certificação, mas o operador já pode começar o processo de certificação e isso vai adiantar todo o rito.

A importância da certificação de uma plataforma, independentemente da regulamentação, vai garantir e mostrar que a plataforma está pronta e funciona da forma como deve funcionar. Isso trará segurança para o mercado e para o jogador. É muito importante que comecem esse processo e falei em um painel sobre isso.

Uma vez que se obtenha a certificação, o operador pode ir para qualquer outro mercado. Ele pode fazer a certificação GLI-19, para jogos online, por exemplo, e buscar a GLI-33, para apostas esportivas, pode complementar. Ao passar por uma, é feito um gap analysis para identificar o que outras jurisdições pedem, fazendo a certificação daqueles pontos ainda não considerados na primeira certificação. Isso é muito mais rápido e fácil.

Agiliza o processo e prepara o operador e a plataforma para ir a qualquer mercado?
Não tenha dúvida. Muitas jurisdições onde o jogo é regulamentado, isso é uma exigência e para aqueles onde não exige, abre portas por ser um importante diferencial.

Você comentou sobre o jogo responsável, que também é uma das espinhas dorsais da operação, por dar transparência e proteção ao usuário final. Isso é fundamental, não é?
O jogo responsável é o método e o que quebra as pernas daqueles que dizem que a indústria não está preocupada com a ludopatia. Quem conhece e já dedicou um tempo para pesquisar e saber a respeito de jogo responsável vai ver como esse programa traz de forma clara tudo o que é necessário para apoiar o jogador que entende o jogo como uma forma de ganhar a vida e não como entretenimento.

O processo é para mudar esse conceito e a GLI tem um trabalho forte neste sentido. Nosso maior especialista de jogos responsável foi quem ajudou a WLA (World Lottery Association) a escrever o framework do jogo responsável. Ajudamos desde a concepção de um programa, para quem ainda não tem, até mesmo na submissão à WLA.

Quando se fala em regulamentação e em certificação, todos imaginam só coisas técnicas, mas o jogo responsável tem aspectos de comportamento e psicologia!
Tem algumas coisas técnicas, como ferramentas que o programa de jogo responsável determina como obrigação das plataformas. E isso faz parte do programa de certificação, como autoexclusão. Se um jogador se identifica como um ludopata, precisa ter a oportunidade de se autoexcluir ou limitar suas apostas.

Tudo isso são ferramentas que uma plataforma adere ao jogo responsável tem de disponibilizar para o jogador de forma fácil e rápida, pois esse momento de consciência às vezes não dura mais do que três segundos.

Há também aspectos de educação?
Não tenha dúvidas. É um programa de conscientização. E mais importante, é levar essa conscientização e mostrar que o jogo é uma atividade de entretenimento.

Voltando à feira, onde a GLI está em busca de novos contatos, tanto com operadores já presentes no mercado como aqueles que estão chegando, qual é o seu resumo do sucesso da empresa estar no BiS SiGMA?
Para nós, é sempre importante estar em qualquer evento. Nosso compromisso com o mercado é sempre estar à frente daquilo que está por vir para quando operadores e desenvolvedores de softwares necessitarem de nossa ajuda, qualquer que seja ela. Então, mais do que nunca foi extremamente produtiva e importante nossa presença do BiS SiGMA.

Fonte: Exclusivo GMB