Games Magazine Brasil – Como um profundo conhecedor do mercado de loterias, quando o setor começa a se enveredar para o segmento de apostas esportivas? Temos o exemplo da Paraíba, a Loterj, que já tem uma empresa operando e outra homologada, assim como Minas Gerais, que já disparou a operação.
Amilton Noble – É um grande prazer para quem milita neste setor como eu, há quase 30 anos, ver este momento. A evolução das loterias estaduais e do segmento. O BiS SiGMA vem coroar efetivamente um processo pelo qual lutamos tanto. Quando vemos o segmento crescendo como um todo e um evento como este, com expositores internacionais e a indústria olhando o Brasil de outra forma, é muito gratificante.
A Hebara tem participado de discussões em praticamente todas as oportunidades em que se coloca à disposição para ouvir os players do mercado. O que vem pela frente como novidade da Hebara?
Como um player que atua no mercado de loterias estaduais há 30 anos e sendo uma referência neste segmento, a Hebara não pode deixar de participar e colaborar com esse processo, estando em todas as audiências públicas e nas licitações. Vemos com bons olhos este momento de amadurecimento das loterias estaduais, obviamente vinculadas à regulamentação da loteria de aposta de quota fixa. Estamos entusiasmados e as oportunidades estão surgindo e estamos de olho nelas e esse é nosso papel.
Antes o Brasil era visto como o país da loteria federal e hoje estamos em um novo momento. Isso ainda vai mudar muito?
O amadurecimento do mercado passa por uma reformulação. Após a decisão do STF referendando a posição de os estados poderem operar suas loterias, certamente esse momento irá continuar. Vemos o Distrito Federal, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e outros. Vemos um movimento muito consistente. Há alguns problemas processuais, mas estamos em um processo de evolução e isso fará com que o mercado seja diferente.
Então os Estados estão no caminho certo e buscando dar os passos corretos?
Estão no caminho. Se é o certo, o tempo dirá. Pelo menos eles escolheram seus caminhos e é melhor escolher um caminho do que ficar inerte. Os primeiros passos foram dados e algumas operações já estão aí e têm todas as condições de serem consistentes. Com todos os Estados dando seus passos, teremos um novo modelo de operações no Brasil daqui para a frente.
Como você avalia a regulamentação federal das apostas esportivas, com parte do governo querendo regular a atividade, pensando na arrecadação, e parte quer esperar resultados da CPI?
Essa regulamentação é como a cabeça do bacalhau, todo mundo sabe que existe, mas ninguém consegue vê-la. Sou muito otimista, mas digo que estamos muito atrasados, já que isso deveria ter sido resolvido há mais de quatro anos.
Como todo processo legislativo, é preciso um rito. Discute-se se será por MP ou PL – ou ainda em um modelo híbrido, com as duas alternativas –, então estamos bem próximos da regulamentação. Com isso, teremos a segurança jurídica e a capacidade de os grandes investimentos serem feitos no Brasil, gerando empregos e renda para os brasileiros. Estamos em um bom caminho.
Fonte: Exclusivo GMB