Games Magazine Brasil – É motivo de orgulho a GLI ter sido o primeiro laboratório aprovado pelo governo brasileiro para certificar produtos para o agora mercado regulado de apostas esportivas e jogo online?
Karen Sierra-Hughes – É um grande orgulho, de fato, o trabalho que fazemos para estar preparados e prontos para atender à chamada dos reguladores para acreditar laboratórios é fundamental. Sempre dizemos isso, dedicamos recursos, dedicamos pessoal e dedicamos experiência e nos preparamos com antecedência para estar prontos no momento exato em que nos chamam.
Além disso, às vezes nos perguntam "Bem, mas se formos o primeiro, o segundo ou o terceiro, qual é a relevância?" A relevância não é tanto para nós. Eu penso que o que precisamos entender é que quanto mais rápido estivermos prontos e quanto mais rapidamente reagirmos, mais apoiamos a entidade reguladora, a jurisdição, os operadores e os fornecedores, porque o processo avançará mais rápido tendo um laboratório acreditado o mais rapidamente possível.
E como será o processo de certificação para as empresas que já estão operando no Brasil e que terão de seguir as regras do Ministério da Fazenda?
Bem, as empresas brasileiras são um exemplo. Estou convencida disso. Há poucos países na América Latina onde começamos um processo de regulação com o regulador, onde fomos acreditados, onde os operadores já avançaram voluntariamente em muitos processos de conformidade.
Estivemos trabalhando com fornecedores, plataformas, operadores no Brasil por anos antes disso acontecer. E temas como jogo responsável, sempre gosto de mencionar isso, porque a parte da tecnologia sempre é mais notória, mas o jogo responsável, há empresas investindo nisso sem qualquer requisito ainda. É realmente espetacular.
Mais do que tecnologia, o jogo responsável é cultura?
Correto. O jogo responsável tem muitos componentes. Claro que tem um componente tecnológico, mas o mais importante é o humano. É o recurso humano, não apenas do regulador, do operador e das entidades governamentais que têm de colaborar para que os programas de jogo responsável, principalmente a prevenção, sejam eficazes e bem-sucedidos em uma jurisdição.
Quanto à tecnologia, está tudo bem entendido pela GLI sobre as regras do governo que estão sendo estabelecidas para o setor?
A verdade é que todas as portarias estão pendentes, que são especificamente para a certificação, mas o que foi estabelecido na lei que vai impactar obviamente a regulação, nós temos claro, claro que sim. Cada país é diferente, cada país decide, de acordo com sua realidade, condições muito específicas.
No caso do Brasil, por exemplo, a proibição do dinheiro em espécie que saiu agora, e a portaria dos meios de pagamento. Em outros países é um pouco difícil dizer "não pode usar dinheiro em espécie", mas no caso do Brasil, sempre é muito especial. O tema do PIX facilita muito as coisas, isso não temos em outros países, então faz sentido que aqui tenha sido estabelecido dessa forma.
O importante é que a tecnologia sempre pode se adaptar e pode ser especializada no que o mercado exige e no que o regulador considera muito importante também. O governo, as pessoas por trás de tudo isso, regulando, estão muito abertas para se reunir, entender e conhecer para regular de maneira responsável também.
Quais são os planos para o mercado brasileiro? Vocês terão um laboratório no Brasil?
Claro que teremos um laboratório no Brasil. Todos nós fazemos isso de uma forma muito pensada, muito organizada. Somos muito responsáveis em nossos processos. A reputação da GLI é muito importante para nós, é o que nos antecede, é por isso que os reguladores trabalham conosco, os operadores, os fornecedores trabalham conosco. Então, precisamos fazer isso muito bem pensado, mas sim, haverá um laboratório no Brasil.
Em quanto tempo?
Ah, isso é o mesmo que me perguntar quanto custa uma certificação. Em breve, isso eu garanto.
Fonte: Exclusivo GMB
