Games Magazine Brasil – Você criou um curso que orienta os interessados em criar um site de apostas esportivas. Qual é a principal preocupação hoje do mercado ao se lançar um sportsbook?
Hiago Piau – Uma das principais preocupações é quanto à regulamentação. Há dois anos não havia isso, uma vez que não era ilegal, só que a atividade não era regulamentada. Todo mundo conseguia trabalhar com uma perspectiva de futuro incerta, mas pelo menos trabalhava normalmente. Hoje, uma das maiores preocupações é justamente essa questão da regulamentação, que independentemente de vermos que está na reta final, ainda há muitas incertezas e como literalmente vai ser. Algumas portarias já foram lançadas, mas ainda há uma grande jornada até o encerramento desse processo.
O seu curso dá o “caminho das pedras” para que um novo operador ingresse no mercado?
Isso. Meu curso vai do zero. Você quer montar sua casa de apostas e não tem conhecimento algum? Eu ensino como conseguir contratar uma boa plataforma, quais as dicas de estratégia de marketing, como conquistar o cliente final e quais as travas de segurança, que é uma das coisas mais importantes e é o gargalo que faz com que vários donos de casa de aposta não tenham sucesso. Simplesmente o pessoal loca o sistema e acha que é só deixar no ar que o cliente vai chegar. Ainda que ele chegue, é um risco trabalhar sem trava de segurança e estratégias internas para não ter riscos de prejuízo e quebrar sua casa de apostas.
Do ponto de vista tecnológico, o Brasil está bem servido quanto a plataformas, agregadores de jogos e ofertas para o usuário final?
Hoje o Brasil está muito bem servido porque as mesmas tecnologias que usamos aqui são as tecnologias também da Europa, da Ásia, da África. Ou seja, é uma tecnologia mundial. Basta observar que num cenário como esse de uma feira como o BiS SiGMA, 50% das pessoas são do exterior e estão vindo com força para investir no Brasil. Elas estão trazendo tecnologia que não tínhamos, apesar de termos um grande avanço tecnológico. Embora a tecnologia de fora seja mais avançada, estamos bem servidos.
Temos desenvolvedores de jogos e agregadores nacionais. Eles já estão em par de igualdade com o mercado internacional em termos de tecnologia e de ofertas?
Estão se igualando. Não podemos comparar muito tecnologia, mas a gama de programadores que trabalham para empresas do exterior é muito grande. Ou seja, muitos desenvolvedores de jogos e agregadores têm, em seus quadros, profissionais brasileiros. Conheço inúmeros programadores brasileiros que trabalham para desenvolvedores de jogos no exterior. Não podemos comparar 100% com a tecnologia internacional, mas estamos num bom caminho.
Como montar uma casa de apostas no Brasil?
O primeiro ponto - e um erro comum - é observar e se comparar com grandes casas de apostas e decidir montar um sportsbook sem ter conhecimento. O principal ponto é ter foco e não achar que basta locar um sistema e colocar no ar achando que ele vai andar sozinho. O segundo ponto é ter conhecimento e o terceiro, colocar esse conhecimento em prática. É fundamental ter uma boa tecnologia e um bom sistema, com suporte adequado e marketing adequado para fazer com que o cliente chegue até a reta final que é sua casa de apostas.
Fonte: Exclusivo GMB
