Games Magazine Brasil – Com toda a efervescência do segmento de apostas esportivas, como você avalia a chegada da regulamentação e o que vem pela frente em termos de patrocínios e reforços de marcas para o mercado de betting?
Matheus Antunes – Estamos olhando com muito otimismo para o mercado de apostas. Já atuamos há sete anos no mercado intermediando propriedades esportivas, e sempre apoiamos a regulamentação. Nossa agência é a única associada do IBJR – Instituto Brasileiro de Jogo e estamos pelo jogo responsável. A gente acredita que o mercado de patrocínio só tem a se beneficiar com isso. Vai virar um mercado regulado e mais bem visto pela sociedade, já que sabemos que ainda existe preconceito.
Uma coisa que se viu nos últimos tempos foi o inflacionamento do mercado. Com a regulamentação, a tendência é continuar nesse ritmo? Como os valores de patrocínios irão se comportar?
Acredito que com o tempo e com a regulamentação, vai diminuir o número de players. Se espera, ao menos, que diminua o número deles no longo prazo também, que com fusões e aquisições que devem acontecer, o mercado se estabilize e os preços até desçam um pouco. Não sei se muito ou pouco, mas é uma coisa que veremos. Talvez os preços estivessem um pouco defasados e outros segmentos de mercado não conseguissem pagar por margens menores.
Mas a regulamentação vai diminuir um pouco a margem das empresas e fazer com que elas invistam gastando menos nos clubes. Então, acredito que a fome vai continuar, todo mundo vai querer estar no futebol, mas vai se abrir para novos esportes que hoje não recebem tantos investimentos das casas de apostas. Com o tempo, os valores que são investidos vão ser menores, tanto em assets esportivos, em propriedades esportivas, quanto também mídia digital, mídia tradicional, em todos os lugares onde se investe dinheiro para publicidade.
Quais as tendências do futuro mercado com patrocínios master, em LEDs e embaixadores?
Acredito que continuará da mesma forma. Nós temos de ver como vai sair a regulamentação e se serão aplicadas restrições, a exemplo do Conar, como foram feitas em outros mercados, como o de tabaco. Mas acredito que hoje o máster predomina nos clubes e é o espaço mais buscado tendo em vista a maior visibilidade. Os LEDs e publicidade de campo vão continuar para sempre e vejo que virão mais patrocínios em ligas, como fizeram a Betano com a Série A do Brasileiro, a Betnacional na Série B e a Bet7k, com a Super Liga. Esse movimento tende a aumentar para impactar os fãs do esporte.
A CBF apresentou em seu regulamento exigências e proibições de empresas que não estejam regulamentadas. Como você vê isso e como trabalhar esse regramento da CBF?
Acredito que não tem muita restrição. O que a CBF colocou como regras não para em pé juridicamente. Então, se eu fosse uma casa de apostas, não me preocuparia. Nenhum dos nossos clientes está preocupado com isso. Uma vez que esteja regulamentado, haverá um novo mercado e tudo irá funcionar adequadamente. O movimento da CBF foi no sentido de passar uma imagem de que está tentando melhorar o ambiente, mas no geral todo mundo sabe que não se sustenta juridicamente.
Se é assim, do ponto de vista de publicidade e marketing ainda há grandes espaços?
Sempre há. Mas do jeito que o mercado está hoje, é uma guerra que vai acabar tendo que se indispor com outras marcas, que talvez não seja o ideal. Isso porque, afinal, como você bem sabe, nós somos um punhado de pessoas. Terá de pagar mais caro ou assumir multa para entrar em um clube, principalmente nas propriedades que são mais requisitadas hoje. Mas como eu falei, uma vez licenciado, com menos players, eu acredito que o mercado vai entender que tem de espalhar também esse dinheiro. Ele não vai ficar só no futebol, ou vôlei, irá fomentar outros esportes, o que é muito importante para o Brasil.
Fonte: Exclusivo GMB