LUN 25 DE NOVIEMBRE DE 2024 - 11:27hs.
Alexandre Tomic, fundador

“Alea se tornou o primeiro agregador no Brasil e LatAm a fazer mais negócios nesse mercado”

Alea, ‘A deusa da sorte’ em latim, foi o nome escolhido pelo visionário Alexandre Tomic para fundar seu bem-sucedido império de jogos. Com um estande imponente no BiS SiGMA Americas 2024, a companhia mostrou a que veio, levando o prêmio de Melhor Agregador do Ano. Nessa entrevista exclusiva ao GMB, o executivo afirmou seu interesse no mercado brasileiro, a satisfação de receber o reconhecimento no país e explicou como funciona o programa holístico de bem-estar para seus funcionários.

 

Games Magazine Brasil - Como está sendo o BiS SiGMA para a Alea até agora?
Alexandre Tomic
- Está indo muito bem, obrigado por estar aqui. O show é impressionante, não sei o que você acha. Eu não estava aqui no ano passado, o pessoal da Alea estava, mas não tínhamos o estande. Agora estamos todos aqui. É um show muito impressionante, há muita gente. Nota-se que o Brasil é o foco de diversas empresas de iGaming. Realmente vale. Estivemos no SBC, no Rio de Janeiro, dois meses atrás. Era um bom evento, muito bom, mas um pouco menor. Aqui é diferente., você percebe que é bastante maior.

As pessoas estão buscando muito a Alea? As parcerias que fizeram estão sendo bem aceitas?
Sim, o bom foi que na primeira noite ganhamos o prêmio de Melhor Agregador da América Latina. O que é verdade, somos o primeiro agregador na LatAm e no Brasil a fazer mais negócios nesse mercado. Então estamos muito contentes que a indústria e a SiGMA reconheceram isso. Para nós, o show começou de forma fantástica, estupenda. Muita gente veio até aqui, muitos clientes, e um feedback muito positivo.

Essa é a prova viva do sucesso da Alea aqui no Brasil. Você gostaria de comentar as parcerias que fizeram com a Caleta e demais no Brasil?
Exato, temos a Amigo Gaming, Caleta Gaming, Tara Gaming, que são três provedores muito importantes para nós em geral, mas especialmente para o mercado latino-americano. Fizemos uma parceria exclusiva e estratégica com a Comtrade Gaming, uma plataforma com grandes clientes que existe há 20 anos e lançou recentemente 10 jogos, 8 slots e 2 crash games, dos quais um é de futebol. Somos o distribuidor exclusivo desses jogos na América Latina.

Essa é uma parceria superimportante. Acabamos de fazer uma entrevista com Steve Valentine, que é o CCO da Comtrade, e essa parceria é muito estratégica para nós. Vemos empresas tão grandes querendo trabalhar conosco, reconhecendo que somos um ator muito importante e indispensável no mercado LatAm.

O Brasil é o principal mercado, o principal foco da Alea neste momento?
Não posso dizer isso porque temos outros mercados na América Latina que estão bastante grandes, mas podemos dizer que o Brasil é realmente um dos números um. Nos pegou (como a todos) de surpresa. Comecei no ramo de jogos há 20 anos em 2004, com um cassino chamado Cassino Solera. Havia Argentina e Brasil, mas nunca pudemos fazer nada porque não havia métodos de pagamento, não existia esse mercado online, só existia land based há um ano, um ano e meio.

 



É algo bastante novo e a cada ano desde 2004 tenho ouvido: "Paciência, no ano que vem é o ano do Brasil, será o ano da América Latina, será o dourado", e no final esqueci, como o ano do mobile, que foi em 2012. Veja bem, comecei em 2004, em 2024 foi o ano da LatAm e do Brasil. Passaram 20 anos para que finalmente o iGaming chegasse à América Latina e ao Brasil.

A Alea não é apenas o melhor agregador, mas também é o melhor lugar para se trabalhar, porque existe um programa de bem-estar que cuida do seu funcionário. Você pode nos contar mais sobre isso?
Sim, recebemos vários prêmios, dois ou três, como o melhor lugar de trabalho (Best workplace, 2023). É uma longa história. Para resumir, tudo começou com a COVID em 2020, em março. Eu tinha uma câmara hiperbárica em casa porque meu pai tinha demência e eu estava tentando curá-lo com isso.

Na primeira semana da COVID, ele faleceu. O que fiz foi entrar em contato com o fornecedor e disse: "Preciso de uma grande câmara hiperbárica para os funcionários, porque era a única maneira de salvar alguém que não conseguia mais respirar porque o oxigênio não podia ser metabolizado com o ferro no sangue. Não era tanto um problema de pulmão como foi muito falado. Era mais um problema de metabolização do oxigênio com o ferro e a única maneira de salvar essas pessoas era com a câmara hiperbárica.

Adquirimos uma câmara hiperbárica grande para quatro pessoas. O que pensávamos em fazer era trazer as pessoas de forma completamente ilegal porque não podia sair na rua, mas se um funcionário tivesse um problema, trazê-lo aqui à noite, imagine. No final, não tivemos que fazer isso. Há pessoas que morreram, que eram contratadas, que trabalhavam para a Alea em Barcelona, havia muitas mortes. Não tivemos que usá-la assim. Fizemos uma renovação total. Agora, ela está muito mais bonita, mais elegante, mais agradável e a utilizamos para recuperação, para reuniões, por exemplo, se não dormiu o suficiente ou fez muito esporte. E em torno dela, construímos todo um programa de saúde.

 


 

Que coisas vocês implementaram na empresa para melhorar a qualidade de vida dos funcionários?
Temos uma academia, temos até três sessões de treinamento pessoal para os funcionários por dia. Há comida vegetariana todos os dias na empresa, bebem água, coisa muito importante, que está em garrafas de vidro, água mineral (vulcânica), outra água que é Santañol, outra é Bichi Catalán.

Por quê? Porque estamos percebendo, principalmente nos últimos meses, que há muitos microplásticos na água engarrafada em plástico e na água da torneira, mesmo com um filtro, uma osmose, que custa €10.000, no final, terá metais pesados, terá microplásticos, etc. A água que bebem é saudável. Fizemos também muitos testes com o ar porque estamos em uma área industrial. Ele é super limpo. A luz que usamos não é uma luz LED. São luzes antigas que não piscam.

Há uma sauna. Há três anos todos receberam um anel e um bracelete (whoop) conectados a um app e podemos nos ver entre todos, não é a empresa vigiando, coo se sentem em recuperação, se fizeram bastante esporte, se dormiram bem e estamos começando a fazer desafios. Então temos ‘Desafio de Jejum, comer em uma janela de 8 ou 6 horas no máximo por dia.

Todos nos desafiamos, olhamos nossos dados, funcionou para você, não funcionou para você. ‘Desafio de Sono’, vamos todos dormir até as 10, 11 da noite. Paramos de comer 3 ou 4 horas antes de dormir porque sabemos que impacta muito no sono de forma muito negativa. ‘Desafio de sauna’, 5 minutos de sauna, 3 vezes por semana. ‘Desafio de Esporte’, 3 vezes 1 hora de esporte por semana. Estamos fazendo todos esses desafios e não é que a empresa está monitorando e dizendo, mas entre eles há um bate-papo onde conversam e se desafiam: o que funcionou para você ou que não?

Eu imagino que as pessoas estão muito felizes aí com todas essas melhorias?
Sim, mas as pessoas estão felizes por duas razões. Estão felizes porque a empresa oferece isso, mas estão felizes porque estão felizes. Quer dizer, se você tem um grupo de gente que dorme melhor, falando apenas de sono, vamos ficar com o sono porque é a base, a mais importante, essas pessoas estão mais felizes. Interagem muito melhor entre si. Se um gerente vem e tem 5 horas de sono, começará a comunicar estresse aos seus funcionários.

Então é fundamentalmente importante que façamos isso e há duas maneiras de vê-lo:  uma forma muito humanista, pois fazemos isso porque a empresa quer oferecer a seus funcionários o que achamos ser o melhor presente que podemos dar que é a sua saúde. Porque um sono ruim durante anos leva ao Alzheimer, a muitas patologias terríveis. Eu vivi isso com meu pai. Então, essa visão humanista está no cerne do dispositivo que implementamos na Alea. 

 



E a outra visão qual seria?
Então.. há uma visão bastante capitalista, é bastante simples e cada empresa deveria fazer isso porque é o melhor investimento que pode fazer, onde terá melhor. Um fato que aconteceu nos anos 40, depois da Segunda Guerra Mundial pode servir de exemplo. Era em uma fábrica onde só trabalhavam mulheres e elas pediram ao gerente um intervalo de 5 minutos às 11 da manhã para tomar café, que seria pago pela fábrica. A diretoria negou, mas elas insistiram, fizeram greve e no final conseguiram.

Depois de instaurados os 5 minutos de pausa, os donos perceberam que a produtividade aumentou de forma brutal e então descobriram que se deixassem suas funcionárias relaxarem um pouco, dando café a elas, o trabalho melhoraria. Então por que não vamos um pouco mais longe? E te ajudo a ficar em forma e a descobrir que a bebida alcoólica é ruim para a saúde, por exemplo, e te acompanho? E forneço esporte dentro da empresa e boa comida, água pura, sauna, etc.

O que isso custa para mim? Custa alguma coisa, e o que me custaria, por outro lado, colocar uma mesa de pingue-pongue ou algo assim? Ok, vou investir um pouco mais, mas sei que o impacto na sua vida pessoal, na sua saúde será muito maior e que isso beneficiará a empresa. É fundamental e estamos abrindo um programa agora só para concluir isso, porque temos uma câmara hiperbárica. Que é muito importante para pessoas que têm Alzheimer, demência, Parkinson. Estamos convidando, incentivando nossos funcionários a trazerem seus familiares, seus pais para a empresa.

Eu comecei com meu pai. Há outros funcionários que têm pais que começaram a ter esse tipo de patologia e os estamos convidando a trazê-los para a empresa para se beneficiar dessa tecnologia, que não está em todos os hospitais e, se estiver, será mais para tratar pessoas que sofreram queimaduras ou que precisarem amputar uma perna por diabetes, mas não tanto para demência, Alzheimer, Parkinson.

Estamos vendo resultados realmente fantásticos com pais de alguns de nossos funcionários que só conseguiam dormir 2 horas por noite, agora estão dormindo 4 ou 5 horas graças à câmara hiperbárica, onde os tremores estão diminuindo. Estamos apenas começando e não nos custa nada, a câmara hiperbárica está lá para seu pai, sua mãe. Não custa nada e devemos fazer com que nossa gente aproveite, obviamente.

Fonte: Exclusivo GMB