Games Magazine Brasil - A FBM com uma enorme gama de jogos para o mercado land-based e a FBMDS para o universo digital, estão cada vez mais presentes em feiras internacionais. Queria que você falasse um pouco sobre a evolução do Grupo FBM.
Rui Francisco - Este ano, especialmente, tivemos uma grande mudança. Esta feira costumava ser feita em Londres, na Inglaterra, e com a decisão do Brexit, quando a Inglaterra saiu da Comunidade Europeia, passou a ser feita aqui em Barcelona, o que para nós é mais agradável.
A FBM vem crescendo muito ao longo dos últimos anos. Houve algumas mudanças de mercado depois da covid, como todos já sabem, e isso impulsionou o segmento de jogos online. Assim, nos adequamos a esse novo momento e lançamos muitos produtos no online. Avaliamos bastante essa mudança de comportamento dos jogadores e, no final, tudo se estabilizou. Acreditamos que o land-based continua forte e vai continuar por muitos anos, eu espero.
Investimos bem, criamos novos produtos, tivemos sucesso total no México nos últimos lançamentos e agora vamos expandir para os Estados Unidos, Filipinas e outros mercados. A FBM deu um passo à frente e avançamos no online, mas continuamos acreditando naquilo que foi o nosso início, na época do Brasil, no gaming baseado nos jogos land-based, nas grandes salas, no glamour da convivência pessoal, da interação entre as pessoas.
Acho que o online está muito forte, estamos dentro, mas apostamos muito no land-based.
Essa interação social que o land-based promove vai continuar sendo a cereja do bolo do setor de iGaming?
Exato. Fizemos um estudo há pouco tempo, temos operação online e operação land-based, e conseguimos avaliar bem. Concluímos que os jogadores, na verdade, não são os mesmos. O jogador que gosta do online normalmente tem um perfil um pouco diferente do jogador do land-based. Existe uma parte que se mistura entre os dois setores. Essa análise nos deu mais força para investir nos dois mercados.
Acredito que o mercado land-based continuará forte porque os jogadores que frequentam os cassinos querem conviver, querem falar com outros jogadores e interagir. Essa socialização deixa de existir quando se joga em casa, sentado no sofá.
De qualquer maneira, a FBM tem lançado uma série de jogos para o land-based que também migram para o digital. Também foi uma estratégia do grupo?
Sim, todas as empresas começaram assim. O mais interessante é que, como o perfil dos jogadores é muito diferente, adquirimos muito conhecimento nos últimos anos e isso nos fez perceber que precisávamos mudar um pouco.
Os jogos desenhados para máquinas são relativamente diferentes dos jogos desenhados para o online, especialmente para celulares. Por exemplo, os jogos no telefone são jogados no modo vertical (portrait), enquanto nas máquinas são no modo horizontal. Isso faz diferença.
Além disso, o telefone não tem botões físicos como as máquinas, então o jogo precisa ser adaptado para o touchscreen. No início, os jogos de land-based foram simplesmente transportados para o online, mas agora sabemos que os jogos precisam ser totalmente redesenhados para a experiência digital.
O online exige uma interação diferente entre o jogador e o jogo. Isso demonstra a necessidade de focar em desenvolvimentos específicos?
Exato. As plataformas são diferentes, e até a maneira como os jogos premiam os jogadores é diferente. O jogador de cassino presencial, geralmente, tem um nível social mais alto do que os mais jovens, aqueles de 20 ou 30 anos que estão começando a vida e não têm o mesmo poder aquisitivo de pessoas mais velhas, que já se estabilizaram e vão aos cassinos.
O glamour do cassino físico é diferente. Embora os prêmios no online sejam mais frequentes, os prêmios mais altos ainda são nos cassinos físicos. O pagamento dos jogos é o mesmo, mas a distribuição dos prêmios é ajustada para manter o entusiasmo, seja presencialmente ou no sofá de casa.
Com essa expansão do online e dos cassinos físicos, quais são os planos da FBM para 2025?
Bom, isso é algo mais amplo. Em 2025, vamos expandir mais na área digital e tentar equalizar alguns pontos que não estavam tão bem resolvidos no land-based.
Por exemplo, vamos atualizar jogos antigos e investir mais em tecnologia. Em 2024, seguimos essa linha, mas agora a ênfase será em melhorar os produtos que estavam precisando de reformulação, como nossos jogos.
Você tem uma história fantástica no mercado brasileiro, o que espera do Brasil em 2025 com relação aos cassinos físicos e à presença da FBMDS no online?
O Brasil deu um passo à frente há alguns anos quando regulamentou as apostas esportivas e depois o online, incluindo os cassinos. Agora, esperamos que essa instabilidade se resolva. Esperamos que o governo saiba lidar com a situação e regulamente tudo. Também pretendemos entrar no online brasileiro, seja com uma parceria ou sozinhos.
Mas nossa maior ambição é ver uma lei que autorize a volta dos bingos e das casas presenciais no Brasil. Temos acompanhado a movimentação dos projetos no Congresso Nacional e estamos ansiosos para que a lei seja aprovada.
Falta apenas a votação no Senado e a sanção presidencial. Queremos ver no Brasil o que tínhamos nos anos 90 e 2000, um período muito bom, e que a população precisa de mais diversão e menos guerra.
Além de ver máquinas FBM no Brasil, veremos uma fábrica da FBM no país?
Sim, sem dúvida. O projeto já está pronto, temos o business plan estruturado. Assim que a lei for aprovada, a primeira coisa que a FBM fará será a montagem de uma fábrica no Brasil. Não há dúvida sobre isso.
Fonte: Exclusivo GMB
