Games Magazine Brasil - Que análise você faz do atual momento das loterias estaduais no Brasil e qual é a expectativa de futuro?
Amilton Noble - Estou muito feliz em ver um evento desses dessa magnitude sendo feito aqui no Rio de Janeiro. Isso mostra que o mercado brasileiro é pujante e está realmente sendo visto pelas empresas internacionais, o que é muito bom para o segmento, que tem muito a crescer. O movimento das loterias estaduais, que nós lutamos muito para ver crescer e do qual somos um dos grandes batalhadores para que esse momento chegasse, é muito profícuo.
Muitos estados estão se movimentando, ainda que com algumas restrições sobre esses movimentos, que fazem do jogo. Cada um tem a sua legitimidade para escolher o seu modelo. Mas eu acho que o momento é muito positivo porque diferentemente do passado, hoje tem muita coisa acontecendo nas loterias estaduais.
Como você vê a determinação que veio da Lei 14.790 de que uma empresa que aplicar por uma licença nacional poderá aplicar em apenas um estado?
Acho isso uma grande violência para o mercado para as loterias estaduais. Eu até classifiquei como a maior violência desde o Decreto-Lei 204/67. Entendo que os estados têm autonomia para definir o seu operador e os operadores também têm a sua autonomia para definir efetivamente em que estado quer operar. Eu acho que uma briga comercial não deveria ser estabelecida com restrições.
Para mim, os operadores nacionais têm de melhorar os seus produtos para que venham concorrer com os operadores estaduais. Quando você limita a capacidade de crescimento, relegando só a pequenos operadores a oportunidade de ter a exploração nos estados, me parece uma concorrência desleal.
Novos estados estão trabalhando pela implantação das suas loterias estaduais?
Eu trabalho para que os 27 estados tenham as suas loterias estaduais. Vou trabalhar todos os meus dias para ver esse momento acontecendo porque a gente entende que existe espaço para todos. As operações estaduais são complementares à regulamentação federal. O que eu já disse várias vezes, é que tem alguns operadores que não são robustos o suficiente para começar com uma operação nacional. Podem ganhar musculatura fazendo uma operação regional num estado, depois dois, três, depois cinco, até estarem capacitados a ter uma operação nacional.
Então eu entendo como uma forma complementar e que deveriam as esferas do governo trabalhar em conjunto para que isso acontecesse dessa forma.
Os estados têm essa predisposição de implantarem as suas loterias?
Os movimentos que nós estamos acompanhando indicam que sim. Tem vários estados que se movimentaram, o Rio de Janeiro se movimentou, assim como o Paraná. São Paulo está em processo de soltar o edital. Em Tocantins teremos um edital acontecendo nos próximos dias. As coisas estão acontecendo. Como eu disse, entendo que alguns modelos não são os mais adequados, mas é melhor um mau modelo do que nenhum modelo.
Então, eu estou bastante feliz com esse momento, com bastante oportunidade, empresas já operando em alguns estados. Paraíba já está avançado, da mesma maneira que o Paraná, o Rio de Janeiro acabou de reabrir o seu processo de credenciamento. Defendo que é uma alternativa bastante viável e palpável, para que ninguém tenha a capacidade de dizer no futuro que não teve chance de ser regularizado.
Fonte: Exclusivo GMB