Games Magazine Brasil – Como você vê o atual momento do setor de loterias no Brasil e a regulamentação das apostas esportivas?
Ludovico Calvi – Acho que essa é uma grande oportunidade para o mercado brasileiro, que pode ser um dos maiores do mundo a partir de agora. É importante regulamentar de uma maneira eficaz e se comunicar com o público, através das autoridades e operadores privados. É importante a comunicação para dar credibilidade ao mercado.
É importante que o governo federal e os estados se entendam como parceiros e não como concorrentes?
Sim, isso é muito importante, pois se trata de um ecossistema global. A indústria precisa das autoridades públicas e elas precisam da indústria, dos operadores. É preciso desenvolver um modelo brasileiro com competências brasileiras e buscando as melhores práticas aplicadas no resto do mundo. Acho que as condições do mercado brasileiro hoje são as melhores porque tem uma lei aprovada no ano passado e consumidores que já jogam. Trata-se de um mercado muito importante na vertical de apostas esportivas. Pode ser um modelo a ser seguido se todo mundo conseguir falar e se comunicar com respeito e competência, para criar um modelo de mercado sustentável, não só para o Brasil, mas para a América Latina toda.
Como o governo deveria encarar o apostador, que terá de pagar 15% de Imposto de Renda? Isso não pode levar esses jogadores para o mercado cinzento?
A credibilidade é muito importante e o apostador jogar em um operador com licença é uma garantia para o consumidor. Isso precisa ser comunicado a ele pela indústria e pelas autoridades, seja o regulador federal ou os estaduais.
Mesmo que o jogador seja taxado em 15% acredita que ele continuará no mercado regulado por confiar no operador?
Isso é um processo que irá devagar e se desenvolvendo ao longo do tempo. Na Itália e em outros países da Europa, teve modelos que começaram de um jeito e depois foram sendo adaptados. É a atuação conforme as leis. Acho que essa taxa não vai continuar e mudará, mas a a coisa mais importante é lançar o mercado e abri-lo. Depois, será importante sentar-se com o Ministério da Fazenda, explicar quais são os problemas e as oportunidades, assim como o desafio da ilegalidade. Por isso acho que a coisa mais importante é abrir o mercado e depois mexer com assuntos e problemas, que sempre existirão.
Resumido, o Brasil está dando o passo correto nesse momento?
Sim, com certeza. É um dos mercados que vai crescer muito, com o dos Estados Unidos, da Índia e do Japão. Eu acho que as competências brasileiras, as plataformas e as tecnologias vão ajudar esse mercado a crescer. Será um modelo importante para a América Latina toda.
Diante desse momento de regulamentação, você acredita que pode ser uma porta para serem legalizadas outras verticais, como cassinos, bingos e salas de máquinas no futuro?
Acho que sim. É importante se criar uma cultura do jogo responsável, com uma responsabilidade social e o interesse público. A proteção aos consumidores é muito importante e isso vai abrir a porta a outras verticais de negócios no mercado do jogo.
Fonte: Exclusivo GMB