LUN 24 DE MARZO DE 2025 - 05:25hs.
André Uchoa, diretor do IPJ

“Superbet tem a mesma visão que nós de que jogo é lazer e não algo para adoecer o apostador”

O Instituto de Proteção ao Jogador (IPJ) apoia jogadores com riscos de ludopatia, oferecendo suporte psicológico e reuniões online em salas de apoio para jogadores e familiares. Em conversa exclusiva com o GMB, o diretor André Uchoa destacou que a primeira parceria com um grande player do mercado, a Superbet, aconteceu pelo próprio comprometimento da bet com o Jogo Responsável. “São muito atentos a isso, vendo o jogo como entretenimento, assim como nós”.

 

Games Magazine Brasil – Hoje, uma das grandes preocupações do setor de iGaming é a proteção ao jogador. Qual o objetivo do Instituto de Proteção ao Jogador?
André Uchoa –
O IPJ chega no cenário de apostas para dar apoio ao jogador que de alguma forma venha a desenvolver a ludopatia. Sabemos que o jogo precisa ser encarado como uma atividade de entretenimento. Quando o jogo passa a ocupar a centralidade da vida do usuário, isso pode se tornar patológico. O IPJ está aqui para ajudar ele a sair dessa cilada psíquica caso ela aconteça dando apoio técnico e científico para o jogador.

O mercado regulado começou em janeiro e uma das exigências da Secretaria de Prêmios e Apostas é o cuidado e a proteção ao jogador. Vocês estão conseguindo atingir esse objetivo e exigência do governo?
Essa preocupação do governo é fundamental e por isso normatizou a atividade nesse sentido. Nós disponibilizamos salas de apoio que acontecem semanalmente online às terças para apoio aos jogadores e às quartas para seus familiares. Muitos jogadores não se reconhecem patologicamente doentes, mas a família é quem suporta isso. Por isso vamos atender esses dois públicos.

Temos atendimentos de psicólogos, assistentes sociais e psiquiatras a depender do caso e da gravidade para tratar o jogador. Nesse diapasão atendemos a essa demanda e a expectativa do governo.

Como tem sido o trabalho desenvolvido com a Superbet e outros players do mercado?
A Superbet tem sido um excelente parceiro. É uma empresa muito tenta ao Jogo Responsável e saiu na frente nesse atendimento. Para ela, o jogo é entretenimento e não uma atividade que vá adoecer o jogador. Por isso ela é nosso primeiro grande parceiro e estaremos à disposição para os demais players do mercado para prestar nosso auxílio nessa atividade.

Tem sido difícil se aproximar dos operadores ou eles mesmo sabem que têm de oferecer soluções de atendimento ao jogador?
Com o jogo regulamentado no Brasil, todas as empresas licenciadas e que cumprem as determinações do governo são preocupadas com o Jogo Responsável e têm nos procurado em busca de novas parcerias.

Como funciona a parte prática dessas parcerias? Há cobrança de taxas ou mensalidades?
Temos uma taxa de administração do serviço e pacotes, a depender da base de apostadores. Aí chegamos a um determinado valor para um número de atendimentos. Se esse número aumentar, podemos rever os contratos conforme a demanda.

De modo geral é acessível para operadores de todos os portes?
Sim, já que trabalhamos com a base de apostadores de cada operador. Se a casa de apostas tem uma base pequena, paga menos e terá acesso ao nosso serviço.

O jogador vai se sentir protegido ao procurar o IPJ?
O primeiro passo é fazer aqueles que nos procuram entenderem que estão doentes. Nós vamos auxiliá-los a que possam ter tecnicamente essa perspectiva e que precisam ser ajudados. As portas estão abertas para aquela empresa que identifique que um usuário de sua base de dados está sofrendo de ludopatia, que nos encaminhe, assim damos o tratamento de saúde mental que ele devidamente merece para sair dessa situação mais dificultosa em sua vida.

Fonte: Exclusivo GMB