
Games Magazine Brasil – O que você achou do SBC Rio 2025?
Karen Sierra-Hughes – Definitivamente foi um sucesso para nós, especialmente porque este é um dos primeiros eventos que aconteceram após a abertura do mercado regulado. Vimos muito interesse, não apenas de clientes já estabelecidos com quem temos trabalhado no Brasil nesses meses, mas também um grande interesse de empresas internacionais em entender a regulamentação brasileira e entrar no mercado. Pela diversidade e pelo tamanho do mercado, há muitas oportunidades para fornecedores se estabelecerem localmente.
Sobre a regulamentação no Brasil, que começou recentemente, pode nos falar um pouco sobre o status atual do mercado e como foram esses primeiros dois meses?
Todos esperávamos isso há muitos anos. Quando me entrevistam, muitos dizem que o Brasil “saiu da noite para o dia”, mas não foi assim. Tivemos anos de trabalho com diferentes entidades governamentais – Senado, Câmara dos Deputados, Ministério da Fazenda – avançando pouco a pouco. Hoje chegamos onde estamos.
É sempre um desafio cumprir prazos. Queremos estar preparados, mas as coisas nem sempre são perfeitas, especialmente quando se trata de tecnologia e de vários fornecedores e empresas participando de um processo de regulamentação e formalização do jogo. Houve atrasos, mas acho que foi crucial o regulador considerar a situação e decidir adiar prazos para que todos tivessem a chance de cumprir e serem bem-sucedidos.
O sucesso de uma regulamentação se mede pelo número de operadores e fornecedores que chegam à jurisdição. Hoje, temos mais de 70 operadores autorizados e mais de 200 em processo de autorização, além de muitos fornecedores no Brasil. Isso mostra que a regulamentação foi bem aceita e segue os padrões internacionais.
O Brasil é diferente de outros países?
O mercado brasileiro é único e muito particular. Apesar de todos sermos latinos, cada país tem suas particularidades. No caso do Brasil, isso cria mais oportunidades, em vez de limitar. A diversidade do mercado atrai empresas de todo o mundo – Ásia, Europa, América do Norte e América Latina – interessadas em entrar.
Como o primeiro laboratório credenciado pela Secretaria de Prêmios e Apostas, quais são os próximos passos do mercado regulado no Brasil?
Como todo mercado novo, há oportunidades de melhoria. O regulador tem a chance de refinar os processos à medida que o mercado amadurece. O fato de termos mais de 70 operadores já autorizados mostra que agora é hora de focar em melhorar processos para torná-los mais eficientes e gerenciáveis para operadores, fornecedores e reguladores.
Um dos focos da GLI é o Jogo Responsável. Como você vê a regulamentação brasileira em relação a isso?
Muito boa. Do ponto de vista técnico, as melhores práticas internacionais foram seguidas. Além disso, os operadores no Brasil demonstraram uma proatividade incomum, começando a implementar estruturas de Jogo Responsável antes mesmo de ser obrigatório. Há também uma colaboração público-privada em questões como publicidade e autorregulação, o que pode ter um futuro interessante no Brasil.
Quais são os planos da GLI para os próximos meses?
Continuaremos participando de eventos, como o BiS SiGMA em São Paulo, e mantendo presença local para apoiar clientes e stakeholders. Para nós, é importante estar cara a cara com os parceiros. O Brasil pode continuar contando com a GLI, como tem sido nos últimos 20 anos e nos que virão.
Fonte: Exclusivo GMB