Games Magazine Brasil - O Betsson se preparou adequadamente acompanhando e atuando nas apostas em corridas de cavalos. Como é esse novo momento de se preparar para o tão esperado mercado regulado de apostas esportivas?
Andre Gelfi - Temos uma dinâmica nova ao aplicar por uma licença, uma coisa inédita no Brasil. A gente conhece bem o país e a realidade da nossa indústria. É um lado novo, lidando com o regulador do ponto de vista tangível e palpável. Enquanto a processo regulatório, já conhecemos os ritos e toda a burocracia que isso requer, além dos aspectos comerciais de trabalhar neste segmento no Brasil, tanto quanto a desafios como em relação às oportunidades. Temos um tempo grande no mercado e acho que essa base nos ajuda a fazer as escolhas para navegar nesse processo de aplicação por uma licença no Brasil. A Betsson protocolou o pedido e agora estamos correndo para que tudo esteja pronto o quanto antes para operar.
Vocês já passaram por isso em outros países da América Latina, como Argentina, Peru, México...
Peru, México, Colômbia, Argentina e agora no Brasil. Estamos bem animados com o processo e entendemos que o marco regulatório foi feito de uma forma equilibrada, e uma prova disso é o número de interessados que se apresentaram à Secretaria de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda. Vamos ver como isso vai se desenrolar agora. Estamos passando por um momento de revisão e de discussão da questão de inserção social do nosso segmento. Vamos ver como é que isso andar e poderá ser uma oportunidade para fazermos algumas melhorias no marco regulatório.
Em relação à questão de prazos, estamos às vésperas de primeiro de janeiro de 2025. Tudo estará equacionado do ponto de vista de certificações de produtos e plataformas?
É muito desafiador esse processo. Você fez uma pergunta cirúrgica. A gente tem prazos exíguos para cumprir. A regulamentação ficou pronta no final de julho. Há todo um trabalho de análise de documentação por parte do governo e eles estão trabalhando intensamente nisso. Temos a questão de adequação de produto em função da regulamentação publicada no final de julho, para que a gente possa começar a certificação. Há a parte de desenvolvimento de produto que está sendo tratada com compliance, e a questão de como a gente vai fazer a certificação. Os laboratórios têm um desafio de fazer esse processo rapidamente porque a gente tem prazos curtos para começar a operar, fazer a transição do offshore para o onshore em primeiro de janeiro. Então, o desafio é para toda a indústria.
O Betsson Group sai um pouco tranquilo de uma situação como essa, por ser uma sexagenário, com uma experiência global que lhe habilita a estar preparado para o Brasil?
Cada processo é único, mas, por outro lado, ter participado de outros processos te dá uma experiência para isso. Esta vai ser a 23ª licença e temos os processos bem claros de como lidar com a regulamentação. Os desafios não são necessariamente os mesmos, mas o processo a gente conhece. Estamos trabalhando em cima dele para ver se conseguimos operar o quanto antes no Brasil.
Qual é a sua mensagem para os órgãos reguladores e laboratórios, inclusive como presidente de um instituto que defende o jogo responsável, já que estamos próximos de 1º de janeiro?
Nosso grande desafio é entender o que está acontecendo quanto à dinâmica e fazer o que nos é de responsabilidade. Nós, como operadores, trocando com regulador e com os fornecedores as perspectivas e desafios para que consigamos harmonizar esses interesses para viabilizar algo que seja bom para todos. Temos uma dinâmica da nossa atividade que tem questões a serem trabalhadas com cuidado. Jogo responsável é uma delas. Acho fundamental que tenhamos isso claro tanto na comunicação quanto nas políticas operacionais. E trocando muito com o governo para ver como ele também pode nos ajudar nessa questão. Tem de haver consequências para quem não está cumprindo o combinado.
Fonte: Exclusivo GMB