JUE 28 DE NOVIEMBRE DE 2024 - 02:35hs.
Para agradar parte do eleitorado

Bacelar diz que ameaça de veto de Bolsonaro à lei dos jogos é eleitoreira e casuística

Em resposta às falas do líder da bancada evangélica na Câmara dos Deputados, Cezinha de Madureira (PSD-SP), de que o PL dos Jogos de Azar seria vetado por Bolsonaro, caso passe pela Câmara, o coordenador do Marco Regulatório dos Jogos no Brasil, deputado Bacelar (Pode-BA), classificou a suposta decisão como eleitoreira e casuísta. Em seu entendimento, o presidente quer agradar parte do seu eleitorado neopentecostal, que já está se revoltando com ele. O pedido de urgência para votação do substitutivo ao PL 442/91 continua na pauta da sessão desta quarta-feira, 15, na Câmara.

Segundo ele, Bolsonaro "não tem nada para apresentar ao seu eleitor" e está "em busca de aprovação" para sua reeleição. "Quando ele [Bolsonaro] diz que vai vetar a PL dos jogos, é para agradar uma parte do seu eleitorado neopentecostal, que já está se revoltando com ele, e que inclusive ele já está perdendo, pois, uma parcela considerável dessas pessoas são negros e pobres, segmento da população com quem, inclusive, ele não sabe dialogar", afirmou o vice-lider do Podemos na Casa ao Bahia Notícias nesta terça-feira (14).

Para Bacelar, a ilegalidade dos jogos no país é um impedimento de arrecadação, fiscalização e controle do Estado sobre a atividade. De acordo com o deputado, quem fica prejudicado é o cidadão que "não tem proteção e amparo" nos jogos, além da iniciativa privada. "Esta é uma cadeia riquíssima, que poderia gerar empregos, mas que hoje não devolve um centavo em tributação ao governo", comenta. De acordo com ele, mais de R$ 28 bilhões deixam de ser arrecadados por ano em jogos ilegais.

Na América Latina, apenas no Brasil e em Cuba os jogos de azar são proibidos. Porém a Internet democratizou o acesso a páginas que oferecem serviços de apostas esportivas, legalizadas no país desde 2018, mas também a casas de jogos ilegais no país. O deputado falou em mais de 450 páginas "off shore" da web, sediadas em outros países, são acessadas no Brasil. "Os jogos fazem parte da constituição do ser humano. Há relatos de que havia cassinos na China antes mesmo de Cristo. Então não é uma questão que pode ficar às sombras da ilegalidade", comentou o parlamentar.

No país, jogos de azar estão proibidos há mais de 75 anos. "Nesse tempo, o número de jogadores diminuiu? Não. Muito pelo contrário", concluiu.

O PL ainda deve ser votado na Câmara, e segundo Cezinha, ao menos 50 colegas evangélicos devem fazer quórum contra sua aprovação. Bacelar, no entanto, acredita que o assunto "já está maduro", uma vez que há discussões no Congresso sobre ele desde os anos 1980.

Fonte: Bahia Notícias