JUE 28 DE NOVIEMBRE DE 2024 - 02:45hs.
Bancada de oposição tem 195 deputados

Líderes da frente evangélica rejeitam acordo com Arthur Lira para legalizar jogos de azar

Líderes da bancada evangélica como Cezinha de Madureira (PSD-SP) afirmaram ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), durante o fim de semana que vão votar em bloco contra a proposta que legaliza os jogos de azar. Hoje, a Frente Parlamentar Evangélica tem 195 deputados. A expectativa inicial é que a proposta vá para a votação em plenário até o final do ano. O Presidente Bolsonaro não vai se envolver neste assunto, mas ele quer que os seus aliados do Centrão consigam um acordo com a base evangélica.

Na semana que pode ser decisiva para o setor de jogos com o Grupo de Trabalho encerrando o relatório sobre o Marco Regulatório dos Jogos no Brasil, algumas lideranças evangélicas começaram novamente a se movimentar para tentar barrar o processo. Com as mesmas alegações de sempre, os evangélicos pretendem votar em bloco contra o projeto se ele for colocado em votação no Plenário. 

Presidente da Frente Parlamentar Evangélica, o deputado federal Cezinha de Madureira (PSD-SP) afirmou à coluna que “não há possibilidade de acordo” para aprovar o marco regulatório que legaliza jogos de azar no Brasil.

Segundo o parlamentar, apesar da sondagem do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), a bancada evangélica “nunca aceitaria” votar favoravelmente a uma regularização dos jogos de azar no país.

Sou contra qualquer tipo de acordo, porque sou contra os jogos de azar. Sou contra esse projeto e votarei contra. Orientarei a bancada a votar contra. Tanto na Câmara quanto no Senado, como líder da bancada evangélica no Congresso, consigo falar também com os senadores. Somos contra o jogo de azar. E nunca houve nenhum tipo de acordo”, disse Cezinha.

O presidente da frente afirmou ainda que esse é um tema que “não dá para conversar”. Ele ressaltou que Lira tem liberdade para pautar a proposta, mas avisou que a bancada tem votos suficientes para “derrubar” o projeto.

Como revelou o jornal Metrópoles, em um jantar há duas semanas Lira teria sondado parlamentares evangélicos sobre a possibilidade de colaborarem com a construção do texto do Marco Regulatório dos Jogos no Brasil.

O projeto está sendo construído em um grupo de trabalho, na tentativa de se chegar a um consenso para votação da proposta que tramita há mais de 30 anos no Congresso.

Apesar dos esforços, Lira ouviu que não há chance de a frente evangélica colaborar com o texto. E que se o projeto acabar no plenário, a bancada evangélica tem força “mais do que suficiente” para derrubar o marco.

O próprio presidente da República Jair Bolsonaro está com um problema na mesa e ele não quer resolver. Deputados do Centrão querem aprovar o Marco Regulatório dos Jogos no Brasil. Já parlamentares e líderes evangélicos são contrários ao projeto que pode liberar os jogos de azar. Inclusive, a ministra Damares tem trabalhado nos bastidores para derrotar o texto.

Ciro Nogueira demonstrou sua insatisfação com o comportamento de Damares. Na opinião do Ministro da Casa Civil, ela está jogando contra os interesses do governo. Isto porque há promessas de bilhões em investimentos no Brasil caso o projeto seja aprovado.

Só que Bolsonaro avisou para Nogueira que não vai se envolver neste assunto. Ele quer que os seus aliados do Centrão consigam um acordo com a base evangélica. Porém, o governante não quer escolher um lado para não perder apoio para 2022.

Ele foi acionado pelo Centrão e avisou que não quer se indispor com nenhum lado. Ele não está nem aí. Deixou para os seus aliados as negociações. Pessoalmente, ele não é contra. Acha que cada um escolhe se quer jogar ou não. Mas sabe que a rejeição de evangélicos é muito grande. Até mesmo a primeira-dama não é favorável”, explicou um deputado da base bolsonarista.

E o Centrão vai para a guerra. E os evangélicos também. Então é algo que pode se tornar o principal assunto do Congresso, só não sabemos quando. O Lira pode levar essa votação para ser feita no ano que vem. E tudo muda o cenário, né? Será que os deputados vão correr o risco de entrar na mira de um Silas Malafaia, por exemplo?”, acrescentou o parlamentar.

Fonte: GMB/Metrópoles