Dias Regazzi concedeu uma entrevista ao jornalista Luiz Carlos Prestes Filho para sua série de artigos que publica diariamente no site Tribuna da Imprensa Livre sobre a legalização dos jogos no Brasil:
Luiz Carlos Prestes Filho: Qual a sua visão sobre os encaminhamentos no Congresso Nacional e no Supremo Tribunal Federal (STF) que podem regulamentar os jogos de apostas em dinheiro administrados pela iniciativa privada no Brasil?
Renato Regazzi: Entendo que sendo regulamentado, os jogos serão mais uma opção de arrecadação de impostos e fontes de emprego e renda para muitos brasileiros, que poderão trabalhar nesta cadeia produtiva, que engloba diversos setores econômicos, com destaque para os setores do turismo e entretenimento, que são considerados setores promissores, visto a tendência mundial de aumento do tempo das pessoas para o lazer, que será uma das tendências para as próximas décadas.
No momento da crise, criada pela COVID-19, a regulamentação abriria oportunidades para as médias, pequenas e micro empresas reunidas?
A cadeia produtiva do setor dos jogos está relacionada ao entretenimento sendo muito extensa, englobando vários setores diretamente e indiretamente de forma complementar e correlata, abrindo oportunidades para médias, pequenas e micro empresas participarem desta cadeia produtiva convergente, como fornecedores de produtos e serviços ou operadores de novos modelos de negócios para o setor.
Temos como favorecer as empresas brasileiras com a regulamentação dos jogos?
Por meio da informação e programas de incentivo, como crédito, acesso a tecnologia, inovação e capacitação das empresas brasileiras para se tornarem competitivas para operarem neste setor, além de fomentar também o encadeamento produtivo, valorizando as compras e os empregos locais. Até porque a cadeia produtiva da economia de Jogos do mundo promove atividades nas áreas de arquitetura e indústria gráfica, hospedagem e restaurantes, entretenimento e inovação tecnológica, entre outras.
Será que não chegou a hora de promover um grande estudo institucional sobre a Cadeia Produtiva da Economia de Jogos no Brasil?
Para entender e operar no setor dos jogos, buscando melhores resultados para as empresas brasileiras, existe a necessidade de entender como funciona esta cadeia produtiva, compreender as suas interações com os demais setores econômicos – a matriz de insumo e produto. Desta forma o setor poderá criar mais resultados para o país e a sua população, por meio de políticas públicas de desenvolvimento econômico e social. Então, o estudo da cadeia produtiva dos jogos é fundamental no momento para o Brasil.
O encadeamento produtivo na área de jogos é grande?
As possibilidades de encadeamento produtivo são grandes. Desde o desenvolvimento de fornecedores para a montagem das instalações para a realização dos jogos ou construção de sistemas online, ao setor audiovisual, gráfico, do turismo, dos serviços de alimentação, segurança, tecnologias da informação e comunicação, produtores de equipamentos, sistemas elétricos e eletrônicos, serviços de manutenção e muito mais. Este setor pode impactar positivamente empresas da indústria, comércio, serviços e alimentos se houver uma política pública de fomento ao adensamento de cadeia produtiva nacional.
O Estado do Rio de Janeiro tem ativos históricos na área com o Cassino da Urca e o Quitandinha.
Para os melhores resultados, para os investimentos no setor, será necessário identificar locais que tenham um “DNA” dos jogos, uma história e cultura, juntamente com a presença do setor do turismo dinâmico. Estas são exatamente as condições do Estado do Rio de Janeiro, que já teve ativos relevantes, que ficou na memória de muitas pessoas, e que podem ser resgatados. Sendo então uma boa oportunidade de fomento para a economia do Estado.
Estrategicamente, quais instituições deveriam ter voz ativa na estruturação de programas e projetos voltados para jogos no Brasil?
As federações do comércio e da indústria, as associações comerciais e representantes do setor de turismo, bares, restaurantes e o Sebrae, por meio do fomento ao empreendedorismo e as micro e pequenas empresas. Também, algumas universidades e escolas técnicas, visando a pesquisa e a formação profissional para preparar as empresas e as pessoas a se capacitarem para o setor. E instituições do setor da fazenda e de segurança para garantir a integridade e a regulamentação do setor.
Fonte: Luiz Carlos Prestes Filho – Diretor Executivo do jornal Tribuna da Imprensa Livre