VIE 29 DE NOVIEMBRE DE 2024 - 02:47hs.
Renato Dias Regazzi, engenheiro e autor de livros sobre liderança

“O estudo da cadeia produtiva dos Jogos é algo fundamental no momento para o Brasil”

Para o engenheiro Renato Dias Regazzi, autor de livros sobre liderança, convergência empresarial setorial e desenvolvimento, a regulamentação de jogos de apostas em dinheiro administrados pela iniciativa privada no Brasil é algo fundamental, pois: “a cadeia produtiva do setor dos jogos está relacionada ao entretenimento sendo muito extensa e abre oportunidades para médias, pequenas e micro empresas participarem como fornecedores de produtos e serviços ou operadores de novos modelos de negócios”.

Dias Regazzi concedeu uma entrevista ao jornalista Luiz Carlos Prestes Filho para sua série de artigos que publica diariamente no site Tribuna da Imprensa Livre sobre a legalização dos jogos no Brasil:

Luiz Carlos Prestes Filho: Qual a sua visão sobre os encaminhamentos no Congresso Nacional e no Supremo Tribunal Federal (STF) que podem regulamentar os jogos de apostas em dinheiro administrados pela iniciativa privada no Brasil?
Renato Regazzi: Entendo que sendo regulamentado, os jogos serão mais uma opção de arrecadação de impostos e fontes de emprego e renda para muitos brasileiros, que poderão trabalhar nesta cadeia produtiva, que engloba diversos setores econômicos, com destaque para os setores do turismo e entretenimento, que são considerados setores promissores, visto a tendência mundial de aumento do tempo das pessoas para o lazer, que será uma das tendências para as próximas décadas.

No momento da crise, criada pela COVID-19, a regulamentação abriria oportunidades para as médias, pequenas e micro empresas reunidas?
A cadeia produtiva do setor dos jogos está relacionada ao entretenimento sendo muito extensa, englobando vários setores diretamente e indiretamente de forma complementar e correlata, abrindo oportunidades para médias, pequenas e micro empresas participarem desta cadeia produtiva convergente, como fornecedores de produtos e serviços ou operadores de novos modelos de negócios para o setor.

Temos como favorecer as empresas brasileiras com a regulamentação dos jogos?
Por meio da informação e programas de incentivo, como crédito, acesso a tecnologia, inovação e capacitação das empresas brasileiras para se tornarem competitivas para operarem neste setor, além de fomentar também o encadeamento produtivo, valorizando as compras e os empregos locais. Até porque a cadeia produtiva da economia de Jogos do mundo promove atividades nas áreas de arquitetura e indústria gráfica, hospedagem e restaurantes, entretenimento e inovação tecnológica, entre outras.

Será que não chegou a hora de promover um grande estudo institucional sobre a Cadeia Produtiva da Economia de Jogos no Brasil?
Para entender e operar no setor dos jogos, buscando melhores resultados para as empresas brasileiras, existe a necessidade de entender como funciona esta cadeia produtiva, compreender as suas interações com os demais setores econômicos – a matriz de insumo e produto. Desta forma o setor poderá criar mais resultados para o país e a sua população, por meio de políticas públicas de desenvolvimento econômico e social. Então, o estudo da cadeia produtiva dos jogos é fundamental no momento para o Brasil.

 

 

O encadeamento produtivo na área de jogos é grande?
As possibilidades de encadeamento produtivo são grandes. Desde o desenvolvimento de fornecedores para a montagem das instalações para a realização dos jogos ou construção de sistemas online, ao setor audiovisual, gráfico, do turismo, dos serviços de alimentação, segurança, tecnologias da informação e comunicação, produtores de equipamentos, sistemas elétricos e eletrônicos, serviços de manutenção e muito mais. Este setor pode impactar positivamente empresas da indústria, comércio, serviços e alimentos se houver uma política pública de fomento ao adensamento de cadeia produtiva nacional.

O Estado do Rio de Janeiro tem ativos históricos na área com o Cassino da Urca e o Quitandinha.
Para os melhores resultados, para os investimentos no setor, será necessário identificar locais que tenham um “DNA” dos jogos, uma história e cultura, juntamente com a presença do setor do turismo dinâmico. Estas são exatamente as condições do Estado do Rio de Janeiro, que já teve ativos relevantes, que ficou na memória de muitas pessoas, e que podem ser resgatados. Sendo então uma boa oportunidade de fomento para a economia do Estado.

Estrategicamente, quais instituições deveriam ter voz ativa na estruturação de programas e projetos voltados para jogos no Brasil?
As federações do comércio e da indústria, as associações comerciais e representantes do setor de turismo, bares, restaurantes e o Sebrae, por meio do fomento ao empreendedorismo e as micro e pequenas empresas. Também, algumas universidades e escolas técnicas, visando a pesquisa e a formação profissional para preparar as empresas e as pessoas a se capacitarem para o setor. E instituições do setor da fazenda e de segurança para garantir a integridade e a regulamentação do setor.

 

Fonte: Luiz Carlos Prestes Filho – Diretor Executivo do jornal Tribuna da Imprensa Livre