O ano começou mais uma vez um cenário de incertezas no âmbito econômico para os clubes do futebol brasileiro e até mundial. A nova onda da variante Omicron se espalha com mais rapidez do que a Delta, que presenciamos em 2020. No entanto, as evidências científicas apontam para uma menor gravidade. Por prevenção, governadores já anunciaram redução de público para o início dos Estaduais, como São Paulo.
Num ano em que os clubes finalmente sonhavam e vislumbravam ter o potencial de buscar recuperar os buracos e perdas dos últimos dois anos, a incerteza se faz presente. E quando falamos de geração de receita, o patrocínio está entre as principais delas.
Atualmente, só existe um segmento presente em praticamente todos os clubes das Séries A e B do Campeonato Brasileiro. Estou falando do mercado de apostas esportivas. São 35 clubes dos 40 que temos nas duas principais ligas do país.
Se olharmos de forma macro, o segmento também se destaca. Em recente estudo realizado pela Jambo Sport Business, que analisou os patrocínios másters dos times de 1ª divisão de 32 países na temporada 2021-22, o ramo das apostas esportivas também ficou em primeiro lugar.
Porém nem tudo são flores. É preciso que as entidades esportivas estejam muito atentas aos acordos que possam surgir. Como esse é um mercado ainda sem regulamentação no país, diversas empresas estão surgindo com o objetivo de branding, ganhar mercado e, assim, ser adquirida por um dos grandes players do exterior. E caso essa operação não concretize, não terão fôlego para arcar com o que está sendo prometido.
A falta de regulamentação ainda favorece a atuação desse tipo de operador, sem qualquer estrutura, expondo os apostadores a possíveis fraudes e vazamentos de dados.
Recentemente recebi uma demanda de uma empresa desse ramo que pretendia patrocinar um de nossos influenciadores, quando o jurídico realizou o “backgroud check” (atitude normal para checar a idoneidade e capacidade de arcar com o contrato), concluiu que a empresa havia sido criada havia 15 dias, no interior da Paraíba, num endereço inexistente e com capital social aquém do tamanho da operação.
Por isso, a tendência é que a regulamentação seja um divisor de águas no cenário brasileiro, afinal, potencializará a capacidade de investimento dos grandes players e possivelmente acabará de vez a atuação de pequenos operadores.
Aguardemos as cenas dos próximos capítulos...
Bernardo Pontes
Professor de Gestão Esportiva e sócio da Alob Sports, empresa do segmento esportivo que compõe o Grupo Non Stop, especializada em conectar atletas e personalidades a marcas. Em sua última experiência profissional, ele atuou como executivo de marketing do Flamengo e já passou por outros clubes, como Cruzeiro, Vasco e Fluminense.
Fonte: Máquina do Esporte