Após participar do painel sobre o setor de jogos na América Latina com especialistas do México, Colômbia, Argentina, Chile e Peru, Montgomery afirmou que o debate foi interessante e que o Brasil foi o centro das atenções. “Infelizmente não pude trazer boas notícias sobre nosso país. Nossos colegas latino-americanos estão à nossa frente e temos de alcançá-los e ultrapassá-los porque o Brasil tem como ser o principal país da América Latina no jogo.”
Neil torce para que o governo federal “cumpra a obrigação que assumiu perante o mundo de soltar a regulamentação antes de 12 de dezembro. E que o Senado vote o PL 442/91, que legaliza as demais verticais, para que o Brasil possa avançar no setor de jogos de maneira geral e acabar com as proibições que existem desde a década de 40”.
“Esperamos nossos legisladores possam enxergar isso e finalmente permitir um ambiente jurídico que dê segurança ao investidor e também para o apostador. Que tenhamos um ambiente regulado e saudável, com práticas de jogo responsável, porque o jogo ilegal não aproveita ninguém, só quem o explora”, concluiu.
Games Magazine Brasil – Você participou de um painel sobre o mercado da América Latina e mais uma vez o Brasil foi o foco!
Neil Montgomery – Sim. É um prazer estar na G2E, que é centro do jogo na cidade de Las Vegas. Tivemos um painel sobre a América Latina, com representantes - além do Brasil - do México, Colômbia, Argentina, Chile e Peru. Todos estão bem mais avançados do que nós em termos de legalização e regulamentação do jogo. Infelizmente não pude trazer boas notícias do Brasil de que a regulamentação, por exemplo, das apostas esportivas já tivesse saído. Esperamos que o governo federal cumpra a obrigação que assumiu perante o mundo de soltar a regulamentação antes de 12 de dezembro. E que o Senado vote o PL 442/91, que legaliza as demais verticais, para que o Brasil possa avançar no setor de jogos de maneira geral e acabar com as proibições que existem desde a década de 40. E inserir o Brasil no mundo. Hoje se discute em países muçulmanos terem cassinos. Ou seja, o Brasil está ficando cada vez mais para trás. Espero que após as eleições o tema volte para mesa e possamos avançar tanto na parte jurídica quanto legislativa. Nossos colegas latino-americanos estão à nossa frente e temos de alcançá-los e ultrapassá-los porque o Brasil tem como ser o principal país da América Latina no jogo.
Vemos o avanço que os outros países tiveram, tendo começado muito depois do Brasil.
Exatamente. Foi comentada a situação do Peru, que há dois meses emitiu uma legislação bastante moderna e o Brasil esperando. O mundo espera pelos avanços no Brasil e nós que nossos legisladores possam enxergar isso e finalmente permitir um ambiente jurídico que dê segurança ao investidor e também para o apostador. Que tenhamos um ambiente regulado e saudável, com práticas de jogo responsável, porque o jogo ilegal não aproveita ninguém, só quem o explora. Então esperamos que o Brasil possa avançar no campo do jogo regulamentado e mercado regulado.
Você acabou de citar o caso do Peru, que terminou sua legislação para o setor de apostas esportivas e impôs a ele mesmo um prazo de apenas seis meses para regulamentar. Enquanto nós colocamos dois anos prorrogáveis por mais dois e estamos correndo o risco de não cumprir.
Espero que como tudo o que acontece no Brasil é sempre na última hora, que seja agora no próximo mês, pois temos até 12 de dezembro para regulamentar. Vocês publicaram no GMB em primeira mão a minuta do decreto presidencial e tivemos a oportunidade de ver uma ideia do que vem pela frente. Não sabemos se será exatamente como o que estava lá, mas espero que o presidente assine o decreto assim que acabar o segundo turno das eleições.
Fonte: Exclusivo GMB