A eleição para presidente no Brasil terá segundo turno entre Luís Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro. A disputa foi mais acirrada do que as pesquisas apontavam, com Lula marcando 48,4% e Bolsonaro, 43,2%.
O que causa maior preocupação ao setor de jogos e apostas é a nova composição do Congresso Nacional, já que o PL, partido do presidente e candidato à reeleição, obteve 99 cadeiras na Câmara e 8 no Senado.
O chamado Centrão, aglutinação de partidos que dá suporte ao presidente, cresceu e passará a ter 235 deputados federais. No Senado, onde atualmente se encontra o PL 442/91, que legaliza todas as modalidades de jogos, como bingos, cassinos, jogo do bicho e apostas esportivas, um terço das cadeiras em disputa foram vencidas pelo PL, partido conservador e que dá apoio a Bolsonaro em sua pauta de costumes.
Somam-se à bancada conservadora no Senado Damares Alves, pelo Republicanos, Alan Rick (União Brasil) e outros, como Magno Malta, que sempre se colocou contra a atividade. De todas as vagas em disputa no Senado, 14 foram para candidatos do presidente Bolsonaro. Por sua vez, Davi Alcolumbre, reeleito senador e com forte influência entre seus pares, pode ser um alento para o setor por apoiar a atividade.
O que se espera é que o Senado adote uma postura de discussão propositiva para o projeto que legaliza os jogos no Brasil. Com certeza, alguns dos deputados federais reeleitos que compuseram o Grupo de Trabalho do marco regulatório dos jogos terão um árduo trabalho pela frente para convencer a nova bancada, no Senado, a votar pelo segmento, mostrando a eles todo o entendimento que tiveram sobre o setor. Entre os eleitos, destaque para Newton Cardoso Jr., Vermelho, Felipe Carreras, Bacelar e Eduardo Bismark, que além de terem feito um excelente trabalho à frente do GT, sempre se manifestaram a favor da atividade.
Bolsonaro inúmeras vezes afirmou que vetaria o PL 442/91 em caso de aprovação no Senado. Com a atual composição do Congresso, seria mais fácil derrubar o veto. Para isso, o Senado precisaria votar o tema antes do final do ano. Caso fique para a próxima legislatura, a nova composição do Senado poderá dificultar a aprovação do projeto – com ou sem Bolsonaro no poder. E a derrubada do veto, no caso de vitória do atual presidente no segundo turno, ainda mais difícil.
Fonte: GMB