Presidente da República entre 2003 e 2010, Lula, de 77 anos, vai cumprir, a partir de 1° de janeiro de 2023, o terceiro mandato como chefe do poder Executivo federal. O vice-presidente eleito é Geraldo Alckmin, filiado ao PSB e ex-governador de São Paulo.
Lula venceu a eleição menos de três anos após deixar a prisão. Entre abril de 2018 e novembro de 2019, ele ficou detido na carceragem da Polícia Federal em Curitiba (PR), acusado de corrupção e lavagem de dinheiro, no âmbito da Operação Lava-Jato.
A soltura do petista ocorreu após o Supremo Tribunal Federal (STF) derrubar a prisão de condenados em segunda instância. No ano passado, a Suprema Corte anulou as condenações de Lula por entender que o ex-Juiz Sergio Moro, responsável por decidir os rumos do caso, atuou de forma parcial. Houve a avaliação, ainda, de que ao serem julgados em Curitiba, os casos não tramitaram na jurisdição certa.
A coalizão liderada por PT e PSB uniu, da esquerda à centro-direita, outros oito partidos. Além de petistas e socialistas, a coligação de Lula, batizada "Brasil da Esperança", teve as participações de PCdoB, PV, Psol, Rede Sustentabilidade, Agir, Avante, Solidariedade e Pros.
“Não existem dois Brasis. Existe um único povo, uma única nação. A ninguém interessa viver em um país dividido e em permanente estado de guerra. Esse povo está cansado de enxergar no outro um inimigo. É hora de baixar as armas que não deveriam jamais ter sido empunhadas”, afirmou o presidente eleito, lembrando que vai precisar de todos os partidos políticos e de todos os brasileiros para fazer um Brasil mais desenvolvido, mais justo e mais fraterno.
Lula prometeu que "a roda da economia vai voltar a girar" com os pobres fazendo parte do Orçamento, com apoio aos pequenos e médios produtores rurais, responsáveis por 70% dos alimentos que chegam às mesas. Mandou um recado ao mercado financeiro dizendo que em seu governo quer reconquistar a credibilidade, a previsibilidade e a estabilidade do país para que os investidores – nacionais e estrangeiros – retomem a confiança no Brasil.
“Para que deixem de enxergar nosso país como fonte de lucro imediato e predatório, e passem a ser nossos parceiros na retomada do crescimento econômico com inclusão social e sustentabilidade ambiental”, afirmou Lula.
No segundo turno, Lula conseguiu mais adesões à frente que o apoiou. Terceira colocada na primeira votação, a senadora Simone Tebet (MDB-MS) engrossou o bloco a favor da candidatura do PT, a exemplo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, do PSDB. Economistas ligados ao Plano Real, responsável pela instituição da moeda nacional, como Armínio Fraga, também declararam voto no vencedor do pleito.
Em Minas Gerais, Lula teve o apoio de lideranças do PSD, como o ex-prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, e o senador Alexandre Silveira. O atual prefeito da capital, Fuad Noman, outro integrante do PSD, também defendeu publicamente o vitorioso. O deputado federal mineiro André Janones (Avante) abriu mão de sua candidatura ao Planalto para apoiar Lula e teve papel importante ao utilizar as redes sociais para defender o aliado.
Fonte: GMB