Em entrevista ao Valor, Portinho disse que “será mais fácil com o início de um novo governo, com a legitimidade revalidada pelo voto”. O que o parlamentar não comentou é a disposição do atual mandatário do Palácio do Planalto de aprovar ou não os jogos. Refém da bancada evangélica, Bolsonaro já se manifestou algumas vezes contrário à legalização dos jogos no Brasil, mas deixou a porta aberta para os filhos de levarem o projeto adiante.
O presidente da República está evitando de todas as maneiras falar sobre o tema, já que a preocupação é perder votos e apoios da bancada evangélica, cada vez mais diminuta na sua campanha contra o setor de jogos. Para eles, Bolsonaro já avisou que se o Congresso aprovar a legalização, irá vetar. Admitiu, entretanto, que se o veto for derrubado, nada poderá fazer a não ser acatar a decisão do Parlamento brasileiro.
Há alguns dias membros da bancada evangélica proibiram o presidente de encaminhar uma medida provisória determinando que empresas que exploram apostas esportivas no Brasil sejam obrigadas a ter sede no país para que recolham impostos. Mesmo não cabendo uma medida provisória sobre um tema ainda não regulamentado, a notícia foi divulgada por Lauro Jardim em sua coluna do O Globo e replicada pela imprensa.
Como a atividade é legal e basta apenas a publicação de um decreto com a regulamentação, o setor está à espera de tal definição para instalar suas unidades no país. Mas os balões de ensaio sobre o tema continuam mostrando a subserviência de Bolsonaro à bancada da Bíblia sobre a questão.
O que o presidente da República esquece ou não quer ver é que todos os países desenvolvidos do mundo já possuem cassinos e outras modalidades de jogos em franca operação, rendendo bilhões de dólares em impostos e gerando centenas de milhares de empregos diretos e outras tantas indiretamente.
Bastam três exemplos para o presidente do Brasil pensar. Os Estados Unidos, país com a maior população cristã do mundo, é um dos países de maior sucesso no segmento dos cassinos. Em países de maioria muçulmana, os cassinos começam a ser permitidos. E a China tem Macau, a meca do jogo no Oriente, mostrando que até mesmo um país comunista se abriu para a atividade em uma de suas regiões administrativas especiais.
Fonte: GMB