O presidente Jair Bolsonaro, candidato à reeleição, foi mais uma vez forçado a não deixar que o projeto que legaliza os jogos no Brasil siga sua tramitação no Senado. Refém da bancada evangélica e de olho nos fiéis, Bolsonaro pode não ter a força necessária para impedir o andamento do PL 442/91 no Senado, mas o dirigente do PL, Valdemar Costa Neto, convenceu a equipe de marketing da campanha a bloquear o processo.
De qualquer maneira, o presidente, dividido entre seu filho Flávio Bolsonaro, que luta pela legalização dos jogos, e os evangélicos, que querem barrar a discussão do tema, está deixando que o trabalho de bastidor pela aprovação seja comandado pelo 01, como é conhecido o filho mais velho, e o jogo cena de por parte do próprio presidente.
A dificuldade é saber se Bolsonaro, o pai, conseguirá segurar a tramitação do PL 442/91 no Senado, que já tem relator definido. O senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) foi designado na semana passada para relatar a matéria e como já disse que o financiamento do salário mínimo para a enfermagem poderá contar com recursos do jogo, é possível que pelo menos as discussões iniciais e um relatório preliminar seja elaborado no início do segundo semestre, ou seja, antes das eleições.
O próprio presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou que o projeto não ficará engavetado na Casa e que, muito provavelmente, será aprovado. Mesmo sem definir prazos, pelo menos tomou a primeira iniciativa, que foi nomear um relator para a matéria.
Em conversa com o GMB, o deputado federal Newton Cardoso Jr. (MDB-MG) disse que o projeto não ficaria parado e que tanto Pacheco quanto Alcolumbre tem uma visão moderna para o Brasil e que isso poderá contribuir com a continuidade da tramitação. O presidente do Senado, segundo Cardoso, assegurou que não engavetaria o PL e a nomeação do relator é uma demonstração de que parte do compromisso de Pacheco já foi cumprido. Resta acompanhar se o projeto será enviado para as comissões da Casa ou diretamente para relatoria e Plenário.
Sobre o relator no Senado, Newton Cardoso disse “tratar-se de um senador com grande conhecimento e uma visão moderna, o que permitirá que o setor de jogos possa ser encarado como uma atividade econômica limpa e capaz de trazer riqueza a partir da geração de empregos e impostos”. Ele destacou que o Brasil não pode abrir mão de uma arrecadação que supera os R$ 30 bilhões por ano com o jogo legalizado.
Fonte: GMB